Mindelo, 15 Jun (Inforpress) – A organização ambiental Biosfera Cabo Verde espera contar com o apoio da população na campanha de protecção de tartarugas, em São Vicente, que notificou os primeiros ninhos nas praias de Norte de Baía e Calhau.
O apelo foi feito à Inforpress pelo coordenador do Departamento de Conservação da Organização Não Governamental (ONG), Alberto Queiruga, adiantando que a campanha iniciada agora em Junho terá sete monitores, mas ainda incerta quanto ao número de voluntários.
“Pelo que estamos a ver, prevemos ter uma temporada intensa de desova, por isso, apelamos à população que colabore com a Biosfera, nem que seja por um dia ajudar na monitorização de uma praia”, lançou o responsável.
Tanto assim é que, segundo a mesma fonte, já foram notificados os primeiros ninhos nas praias de Norte de Baía e Calhau, que precisam ser conservados.
Neste sentido, a Biosfera, que divide a protecção das áreas balneares de São Vicente com outras ONG, pretende trabalhar a monitorização diária das praias de Calhau, Baía e Salamansa, e semanal de praias mais afastadas da cidade, como Sandy Beach, Palha Carga, Calheta e João Évora (Jon d´Ébra, comumente conhecida).
Como outra das providências de protecção, a organização também delimitou com uma barreira de pedras uma parte do areal da Praia Grande, principal praia de nidificação das tartarugas em São Vicente.
Um dos objetivos desta acção, que teve o apoio das autoridades, foi limitar o acesso de viaturas a uma parte importante da praia para a nidificação.
Entretanto, apesar destas e outras medidas tomadas, conforme Alberto Queiruga, ainda continua tudo na mesma no que diz respeito à ameaça relacionada com o ataque de cães vadios a tartarugas e ninhos, que vêm causando “vários constrangimentos”
“A situação ainda persiste, uma vez que ainda as autoridades não tomaram nenhuma medida para o controlo desses cães, por isso será algo que também teremos de enfrentar agora na presente época”, reiterou.
De desafios em desafios, faz-se assim a campanha de protecção de tartarugas que pretende ainda dar continuidade ao projecto do viveiro, em Salamansa, que, de acordo com o coordenador, foi “bem-sucedido” no primeiro ano de arranque, em 2023, apesar de alguns contratempos.
Isto porque, como explicou Alberto Queiruga, o viveiro, que antes se encontrava localizado perto do mar, foi inundado pela maré, levando a uma “baixa eclosão” dos ovos.
Agora, como forma de corrigir os erros, já construíram uma nova estrutura afastada da costa, que, entretanto, também se debate com a questão da alta temperatura da areia.
“Mas, estamos a monitorizar a temperatura da areia para fazermos a adaptações e vermos a necessidade de fazer coberturas para conseguir melhor eclosão”, explicou o biólogo.
Além da Biosfera, a campanha de protecção de tartarugas, em São Vicente, conta com a participação de outras ONG como Associação Ponta d´Pom e Associação Terra-Terra.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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