Mindelo, 01 Jul (Inforpress) - A Associação de Boxe de São Vicente reuniu cerca de 20 profissionais para uma formação especializada de treinadores, cujo objectivo é capacitar os formandos e melhorar a qualidade da modalidade neste momento “muito fraca”.
O retrato é feito pelo presidente da associação, Valter Pires, que asseverou, que após um diagnóstico, elaboraram um projecto de uma formação de treinadores com diversas valências, entre estas nutrição, psicologia, primeiros socorros, fundamentos do boxe e regras de arbitragem e fisiologia do desporto.
“Entendemos que estas cinco valências seriam bastante importantes para um treinador de boxe”, sintetizou a mesma fonte, para quem o curso deverá trazer nova dinâmica e nova organização ao boxe no Mindelo.
Neste sentido, a formação, iniciada a 04 de Junho e que termina nesta semana, pretende que os treinadores saiam “melhores capacitados” e, por tabela, também melhorar a qualidade do desporto.
Por outro lado, conforme o presidente da associação, pretende-se aumentar o número de clubes inscritos na associação, de atletas femininos e nos escalões de cadetes, juvenis e juniores.
“Aumentar o número de atletas para tentar alcançar um nível de boxe ainda bem mais elevado”, considerou Valdo Pires, adiantando que a associação, mesmo perante as dificuldades, tem tentado suprimir as lacunas através das formações.
E nessa “luta”, regozijou-se, tem sido a única associação a realizar competições mesmo sem financiamento.
A título de exemplo, disse que este ano já são três competições organizadas e ainda faltam duas para fechar a época.
“Mas, na prática o nosso boxe está fraco, é preciso dar a mão à palmatória. Porque já temos quatro anos a sofrer, dois de covid-19 e dois sem verbas, e o número de atletas reduziu drasticamente”, asseverou.
Indo mais longe, Valter Pires admitiu ser também “desmotivante” o facto de não existir neste momento competições a nível nacional, o que já levou, asseverou, vários atletas a abandonarem a modalidade.
"As atletas femininas já abandonaram todas, porque, além de não existirem competições nacionais, ainda veem Cabo Verde a investir apenas em atletas masculinos na hora de levar a selecção para qualquer competição africana, é uma falta de respeito", lançou.
Valter Pires acredita ser “urgente” tomar medidas para colmatar este “grave problema” que é a ausência de competição nacional.
A formação de treinadores teve o apoio financeiro do Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ).
LN/CP
Inforpress/Fim
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