Calheta, São Miguel, 04 Abr (Inforpress) - O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, anunciou hoje a construção de um museu e de um centro interpretativo dos rabelados com base nos livros e objectos recuperados no incêndio.
O governante fez este anúncio em declarações à imprensa, após uma visita à comunidade dos rabelados, em Espinho Branco, acompanhado da presidente do Instituto do Património Cultural, Ana Samira Baessa, e do presidente da Câmara Municipal de São Miguel, que teve como objectivo prestar a solidariedade a esta comunidade após o incêndio ocorrido no dia 27 de Março e que destruiu oito casas.
Igualmente, indicou que o outro foco desta visita foi de “tomar conta da parte cultural, pois a queima das casas tradicionais representa uma perda enorme de um património imaterial, de um saber fazer que tem a ver com a técnica de construção e de tudo aquilo que são as memórias do próprio centro”.
Segundo o ministro, quem vai a esta comunidade hoje vê que ela se encontra “um pouco despida” da parte mais tradicional, e com isso, foi proposto e aceite pela comunidade a construção de um museu a partir de um novo centro que vai ser construído, e com o cofinanciamento junto da câmara municipal a reconstrução das casas e a instalação do centro interpretativo dos rabelados com base nos livros, objectos que foram recuperados no incêndio, mas também de objectos que já tinham sido criados e a criação de um ateliê para ‘empoderar’ ainda mais essa comunidade.
O governante aproveitou para responder a deputada do PAICV (oposição) eleita pelo círculo eleitoral de Santiago Norte, Carla Carvalho, que no passado 30 de Março, dirigindo-se directamente ao Ministério da Cultura, pediu para estar ciente sobre a questão de garantir que a comunidade de rabelados continue com a sua identidade, relembrando que em 2016, “em plena campanha autárquica, o ministro Abraão Vicente prometeu melhoria das condições de vida e da situação desta comunidade, mas até então não aconteceu”.
Neste sentido, Abraão Vicente confirmou que em 2016 tinha sido um compromisso firme por parte do Governo de ajudar a melhorar as condições, mas diz ser necessário pensar que “foram muitos anos de abandono a esta comunidade e graças à câmara municipal de São Miguel, em parceria com o Governo conseguiu-se reabilitar parte dos acessos e investimentos para que esta comunidade tenha acesso a outros meios e condições de vida”.
“É fácil qualquer deputado nacional da oposição dizer que tinha sido feito uma promessa em 2016”, disse o governante, questionando o que foi feito nos 15 anos anteriores.
Neste momento, informou que o Governo já fez várias visitas e está a ser feito todo o acolhimento para que a reconstrução da comunidade seja feita com a “máxima celeridade e com a máxima dignidade” e que o ministério da Cultura vai tratar da parte do património material e imaterial que foi destruído.
MC/CP
Inforpress/Fim
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