São Filipe: Centenas de pessoas defraudadas com o nível das cavalhadas regressaram mais cedo às suas localidades

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São Filipe: Centenas de pessoas defraudadas com o nível das cavalhadas regressaram mais cedo às suas localidades
01/05/24 - 08:11 pm

São Filipe, 01 Mai (Inforpress) - Centenas de pessoas dos diversos pontos da ilha que se deslocaram à cidade de São Filipe para assistirem às cavalhadas regressaram defraudadas com a qualidade e o nível de participação de cavalos.

Contrariamente aos anos anteriores a edição de cavalhadas, último ponto antes da passagem da bandeira do festeiro actual para o do próximo ano, iniciou apenas com um cavalo disponibilizado pelo criador de S. Jorge, Sebastião Brandão.

Depois de iniciada a actividade e como forma de minimizar a situação para tentar dar mais brilho a uma das actividades mais importante da bandeira,  um proprietário de cavalo, a pedido de algumas entidades, mandou buscar um dos seus cavalos na sua cocheira mesmo sabendo da existência de riscos, mas não chegou a tempo de participar.

O vereador do Desporto da câmara de São Filipe, João José Canuto, disse que “não há cavalos” para participar nas cavalhadas de Alto São Pedro.

Apesar de reconhecer que se trata de um “momento emocionante” os proprietários dos cavalos que participaram da prova de hipismo não liberaram os seus cavalos para as cavalhadas por questões de segurança quer dos cavalos que, além de velozes, agitam com facilidade e da própria assistência, evitando assim que provoque queda dos jóqueis ou atropelar as pessoas.

Para os proprietários a solução passa pelo incentivo aos criadores para terem cavalos de terra que são mais lentos e podem ser usados para manter a tradição, o que passaria para realização de corrida só para os cavalos de terra como noutros tempos.

O presidente da Casa das Bandeiras, Henrique Pires, de forma frontal reconhece que neste momento não há cavalhadas, mas apenas um cavalo a acompanhar a bandeira à igreja e na procissão, afirmando que isso não é considerado cavalhadas.

“É um problema que temos de resolver e agradecemos a câmara que manifestou a disponibilidade para ajudar a Casa das Bandeiras, através do patrocínio da aquisição de três cavalos a resolver este problema”, disse Henrique Pires, prometendo que na edição 2025 irá recomeçar o retorno de cavalhadas como manda a tradição.

Este lembrou que no passado as cavalhadas ou corridas de grinaldas eram bonitas porque as pessoas que montavam os cavalos amavam a festa e custeavam a confecção dos trajes e das grinaldas e quando as apanhavam davam às namoradas ou às esposas.

“Esta tradição acabou e neste momento está tornando-se num negócio, mas queremos voltar à moda antiga e vamos comprar três cavalos com patrocínio da câmara e já começamos a dialogar com um dos donos de cavalos para disponibilizar espaços na sua cocheira para colocação dos cavalos”, disse Henrique Pires, acrescentando que na Cidade da Praia vai encontrar meios de mobilizar recursos para tratar os cavalos.

“A partir de 2025 começaremos a mudar um pouco o problema das cavalhadas”, garantiu.

Várias pessoas presentes no Alto São Pedro deixaram transparecer o seu descontentamento com o nível das cavalhadas e pediram à organização o cumprimento e respeito pela tradição.

Os do interior da ilha começaram a deixar a cidade antes das 18 horas já que aquela que deveria ser “cavalhada” terminou pouco tempo depois devido a participação do único cavalo, o que está a acontecer pela primeira vez em mais de 30 anos.

JR/JMV
Inforpress/Fim

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