Cidade da Praia, 26 Fev (Inforpress) - O presidente da Câmara Municipal da Praia (CMP) disse hoje que a sociedade tem uma grande responsabilidade para com aqueles que durante o seu percurso de vida se veem privados da liberdade.
A afirmação foi em declarações à imprensa, após um encontro com os reclusos da Cadeia de São Martinho, na cidade da Praia, no âmbito da política de aproximação da edilidade com esta instituição prisional.
De acordo com Francisco Carvalho, a maior parte da situação que leva uma pessoa a esta situação deriva do funcionamento da própria sociedade, principalmente a nível do desemprego.
“Não estamos a dizer que há uma ligação directa entre o desemprego e a criminalidade, mas há uma probabilidade maior de encontramos indivíduos que se enveredam para determinados caminhos desviantes porque não estão incluídos”, explicou.
Por isso, defendeu que a questão do desemprego é séria e premente, de modo a garantir que as pessoas tenham de facto oportunidade justas para poderem fazer escolhas sadias para as suas vidas e para a sociedade.
“Cabo Verde tem de urgentemente começar a arranjar emprego de massa, em grandes quantidades para que os jovens consigam ter um futuro neste país “, apontou Francisco Carvalho, lembrando que a política da criação do emprego é da responsabilidade do Governo.
“Eu vi nos olhos desses jovens um grande desânimo e desalento em relação a este país. A criação de emprego é da responsabilidade do Governo”, apontou.
Entretanto, esclareceu que esta visita faz parte da política de reaproximação que a CMP tem vindo a desenvolver em relação “à essa franja social que merece atenção de todas as instituições do nosso país.”
“Já tivemos algumas iniciativas no passado e neste momento estarmos a dar continuidade e reforçar as nossas acções em relação a este grupo especifico”, frisou o edil, apontando que as áreas de intervenção já estão identificadas.
“A câmara poderá colaborar ao nível de desenvolvimento de acções de formação, disponibilização de livros e na criação de uma sala de informática”, indicou.
Neste sentido, lembrou ainda que o organograma da CMP foi alterado com a criação da direcção de Reinserção que se ocupa da questão da reintegração dos reclusos no mercado de trabalho.
“Temos estado a praticar essa política de uma forma discreta, sem alarido, com o acolhimento de algum ex-presidiário, porque há questões na vida das pessoas que têm de ser tratadas com dignidade”, concluiu.
OM/JMV
Inforpress/Fim
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