“Só com quadros podemos responder aos desafios do urbanismo em Cabo Verde” – bastonário

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“Só com quadros podemos responder aos desafios do urbanismo em Cabo Verde” – bastonário
07/11/24 - 06:00 pm

Cidade da Praia, 07 Nov (Inforpress) – O bastonário da Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde, Job Amado, disse hoje que o país enfrenta vários desafios do urbanismo, sobretudo a falta de quadros, e assegurou que sem quadros não será possível resolver esses problemas.

Em declarações à Inforpress a propósito do Dia Mundial do Urbanismo, comemorado anualmente a 08 de Novembro, Job Amado afirmou que só com quadros será possível responder aos desafios que se apresentam.

Desafios relacionados, conforme apontou, tanto a nível da habitação, do acesso equitativo ao lazer, trabalho, transporte e outros a nível do território em geral. 

“Porque cada vez mais somos mais urbanos do que rurais, um pouco como acontece em todo o mundo. As pessoas procuram as cidades porque oferecem mais oportunidades sobre vários aspectos, como a nível do lazer e do trabalho”, sustentou, advertindo que com a urbanidade, é necessário muito mais regras de convivência colectiva e, ao mesmo tempo, regras de empreendimento. 

Para o bastonário da Ordem dos Arquitectos este problema, que acontece também em vários outros países do terceiro mundo, faz com que as cidades cresçam muito na horizontal, o que acaba por exigir mais infra-estruturas.

“Outro grande desafio que se vê é o desafio de como diminuir essas infra-estruturas e construir em altura e de maneira colectiva”, disse.

Job Amado reconheceu que as cidades em Cabo Verde deparam com falta de espaços públicos, nomeadamente, espaços de lazer e critica a falta de acesso equitativo da população a esse espaço natural.

“Temos ainda de investir muito em vários aspectos, sendo um deles a formação de quadros, porque é inaceitável que num país que já caminha para os 50 anos de independência tenhamos apenas dois arquitectos paisagistas”, sugeriu.

Reforçou que há claramente falta de quadros para pensar o desafio do urbanismo, alertando para a deficiência de urbanistas qualificados, ao mesmo tempo que esclarece que urbanismo não é arquitectura.

“Em vários países do mundo a formação é recente, e em todo o país esses dois praticamente não exercem no mercado liberal e temos deficiências de urbanistas qualificados quando temos uma descentralização de câmaras municipais”, frisou.

Assegurou, entretanto, que a Ordem dos Arquitectos de Cabo Verde tem desempenhado o seu papel de promoção de práticas de urbanismo sustentável nas cidades, sendo um dos primeiros incentivos a instituição do Prémio Nacional da Arquitectura, além de várias palestras e conferências com participação de especialistas nacionais e internacionais.

Tudo isso, concluiu, para mostrar o que são as boas práticas levando a reflexão sobre os espaços urbanos.

ET/HF

Inforpress/Fim 

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