Cidade da Praia, 03 Mai (Inforpress) – O presidente do Sindep, Jorge Cardoso, pediu hoje à Inspecção-geral da Educação que prepare novos processos disciplinares para os próximos tempos, porque “jamais os docentes cabo-verdianos vão baixar a guarda” nas suas “legítimas reivindicações e lutas”.
O responsável do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) falava em conferência de imprensa na sequência de uma nota da Inspecção-geral da Educação, enviada a 25 de Abril, que dá “um ultimato aos professores” para o descongelamento das notas do segundo trimestre até hoje, 03 de Maio.
Jorge Cardoso manifestou o seu repúdio à instituição, na pessoa da sua inspectora-geral, afirmando que esta fez a inversão do seu papel, com o do director nacional da Educação, em dar instruções aos gestores no desempenho das suas funções.
“A postura da inspectora-geral é assédio moral para com os professores visados, independentemente se os seus actos tenham cobertura legal ou não”, condenou, avisando a instituição para preparar novos processos disciplinares para os próximos tempos, uma vez que os docentes cabo-verdianos “jamais irão baixar a guarda nas suas legítimas reivindicações e lutas” para a salvaguarda dos seus direitos.
Aproveitou para pedir ao ministro da Educação para se pronunciar “o mais breve possível” sobre as reivindicações da classe, sobretudo sobre as datas do pagamento dos subsídios pela não redução da carga horária dos docentes desde 2017 a esta parte, e o “reajustamento salarial digno” para com toda a classe.
Por outro lado, recordou que os professores estão novamente sem a cobertura do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o que o sindicalista classificou de “descaso” para com a classe.
A mesma fonte alertou ainda que há professores com contratos de prestação de serviço com três a cinco meses sem receberem os seus salários.
“E sobre o assunto a senhora inspectora-geral finge de surda, muda e calada”, acusou.
Jorge Cardoso criticou que existem ainda disciplinas sem programas e sem manuais, razão pela qual, disse, motivou os alunos a saírem às ruas a manifestarem-se por excessivas avaliações que apelidaram de saturação, tendo observado que isto também não mereceu sequer uma palavra da inspectora-geral da Educação.
Entretanto, o Sindep aproveitou também para pedir o engajamento de todas as organizações sindicais, em especial a todos os docentes, para as próximas lutas que se avizinham, caso o impasse permaneça nas negociações.
Informou que para as próximas semanas o sindicato que dirige estará a anunciar as novas datas das greves para este mês e para Junho.
ET/AA
Inforpress/Fim
Partilhar