"Ser humano é complexo e precisa que o ambiente envolvente seja humano e humanizante" - Cardeal

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"Ser humano é complexo e precisa que o ambiente envolvente seja humano e humanizante" - Cardeal
21/06/25 - 01:19 pm

Cidade da Praia, 21 Jun (Inforpress) – O cardeal Dom Arlindo Furtado afirmou hoje na conferência “O Papel da Igreja Católica na Promoção da Paz e Justiça Social” que o ser humano é complexo, que para estar bem, precisa de um ambiente humano e humanizante.

Ao presidir ao evento, que decorreu na Praia, o também bispo da Diocese de Santiago realçou que o papel da Igreja e da Comissão nesta matéria é sobretudo o de sensibilização, mobilizando todos os centros de decisão, para que os valores humanos essenciais estejam no topo da dignidade da pessoa humana.

“Mas a pessoa humana digna individualmente também deve exprimir essa dignidade numa qualidade relacional a todos os níveis. Portanto, tem que ter implicação social muito forte a nível da família, a nível da vizinhança, a nível de espaços de trabalho, a nível da escola, a nível das administrações públicas, a nível das empresas”, sustentou.

Porque, segundo o Cardeal, o ser humano é complexo e para estar bem precisa também que o seu ambiente envolvente seja um ambiente humano e humanizante.

“Portanto, aí a questão da verdade, a questão da justiça, não é a justiça do tribunal, não é a justiça relacional, é a justiça dos seres”, disse, para quem uma sociedade justa e pacífica depende da criação de relações humanas de qualidade, sustentadas por valores cristãos como a solidariedade, fraternidade e respeito.

Dom Arlindo sublinhou que a Igreja contribuiu ao longo da história na formulação e definição dos conceitos da pessoa humana e ajudou também a organizar os valores, no sentido de sistematizar os chamados direitos humanos.

Ciente de novas exigências sociais, assegurou que a missão é continuar a aprofundar isto ao longo dos tempos com vista a preservar a dignidade humana.

Ainda, apelou à responsabilidade dos decisores políticos e sociais em conhecer e aplicar esses princípios nas suas decisões, reforçando que todos têm um papel na construção de uma sociedade mais humana, justa e solidária.

A conferência foi promovida pela Comissão Diocesana Justiça e Paz da Diocese de Santiago e decorreu na Escola Universitária (EU Católica), no Seminário São José, na cidade da Praia.

Contou com dois painéis, sendo o primeiro sobre “O papel da Comissão Diocesana Justiça e Paz, que teve como orador o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz de Portugal, Pedro Vaz Patto, e o segundo intitulado “De Rerum Novarum à era digital - A Doutrina Social da Igreja entre Leão XIII e Leão XIV”, que esteve ao cargo do 2.º vice-presidente e director da EU Católica, padre José Eduardo Afonso.

ET/ZS

Inforpress/Fim

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