São Vicente: Sindicato diz-se preocupado com possibilidade de redução dos salários dos estivadores

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São Vicente: Sindicato diz-se preocupado com possibilidade de redução dos salários dos estivadores
27/11/25 - 09:45 pm

Mindelo, 27 Nov (Inforpress) – O Sindicato da Indústria, Turismo, Comércio, Empresas Públicas e Privadas mostrou-se hoje preocupado com a possibilidade de redução do salário dos estivadores do Porto Grande com a entrada de mais 20 trabalhadores na estiva.

Em conferência de imprensa, Jailson d’Aguiar explicou que o presidente do conselho de administração da Enapor, Ireneu Camacho, fez um enquadramento através do qual integrou 21 pessoas para a estiva e pretende integrar mais 20 no mês de Janeiro.

Segundo o sindicalista, que representa 20 dos cerca de 135 estivadores do Porto Grande, a entrada de mais pessoas na estiva vai criar um problema para a classe porque reduzirá drasticamente os dias de trabalho e o salário dos estivadores.

“O salário que se recebe na estiva depende do número de dias de trabalho. Normalmente, os estivadores trabalham, em média, 15 dias por mês. Se integrarem mais gente, o salário vai baixar porque vão passar a trabalhar somente 10 dias”, explicou.

Conforme a mesma fonte, entre os estivadores há pessoas com dívidas no banco, há outras a estudar nas universidades, pelo que considerou que a Enapor só deverá integrar mais pessoas na estiva quando efectivar o programa de reforma antecipada.

Para Jailson d’Aguiar, no Porto Grande não existe um volume de trabalho de estiva como a direcção da Enapor quer fazer transparecer, porque actualmente a maior parte das cargas é contentorizada, pelo que considerou que a entrada de mais gente vai prejudicar os estivadores.

Questionado se já realizaram um encontro com o PCA da Enapor para discutir o assunto, Jailson d’Aguiar disse que o PCA justificou a medida com o facto de os estivadores faltarem ao trabalho.

“Na estiva sempre há pessoas que faltam ao trabalho. Mas os recursos humanos nunca funcionaram para a estiva porque a empresa nunca criou advertências nem falou com os estivadores sobre isso”, afiançou, advertindo que 100 pessoas não podem sofrer as consequências de cerca de 10 ou 15 que faltam ao trabalho.

Para a mesma fonte, o conselho de administração deve aproximar-se mais dos estivadores.

Segundo dados fornecidos pelo sindicalista, actualmente trabalham no Porto Grande 135 estivadores. Desses, 48 exercem trabalhos a bordo e 48 em terra.

CD/HF

Inforpress/Fim 

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