Mindelo, 15 Ago (Inforpress) – A porta-voz do Gabinete de Crise disse hoje que a Protecção Civil vai tirar 62 pessoas de três zonas de risco de deslizamento de terra em São Vicente como medida preventiva face ao alerta de novas tempestades.
Vitória Veríssimo, que é também comandante regional do Serviço Nacional da Protecção Civil, revelou que essas pessoas já foram identificadas e que já há equipas a fazer esse trabalho nas zonas de São Paulo, Vila Nova e Cruz de Papa.
“Vão ser evacuadas preventivamente, só por uma questão de segurança, no caso de termos chuva este fim de semana. Nós temos pessoas que perderam as suas casas e que já estão alojadas no centro de estágio e na escola de Monte Sossego”, afirmou, referindo que neste momento há 22 pessoas na escola de Monte Sossego e 19 no centro de estágio.
Segundo Vitória Veríssimo, toda a ilha precisa de atenção e, por isso, há equipas no terreno a fazer um levantamento, mas as zonas, pelas características orográficas da cidade, que fica nas encostas, carecem de maior atenção porque as casas e construções são mais frágeis, porque muitas delas são de lata.
Conforme a mesma fonte, caso haja alguém que esteja em perigo, que tem filhos e que precisa de um espaço para dormir, com medo das chuvas, pode dirigir-se à Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) ou então à Câmara Municipal de São Vicente (CMSV) através da área social ou, ainda, contactar os serviços de protecção civil.
A responsável pelo Gabinete de Crise reafirmou que o número de mortes aumentou para nove, sendo oito decorrentes das chuvas e uma por electrocução, mas as buscas continuam, tanto em mar como em terra.
A porta-voz do Gabinete de Crise e também comandante regional do Serviço Nacional da Protecção Civil informou ainda que tiveram o reforço de elementos da Polícia Nacional, para segurança e apoio à população e de 180 militares das Forças Armadas que estão espalhados por toda a ilha, a fazer o desassoreamento das estradas.
“A previsão aponta para a possibilidade de ocorrência de chuva e é por isso que uma das primeiras acções foi a limpeza das saídas de água na Avenida 12 de Setembro, porque é uma zona onde a força da água é muita e a capacidade de escoamento diminuiu também por causa da lama e da terra que vem acumulando” argumentou, adiantando que o Gabinete de Crise tem coordenado as equipas no terreno.
Acrescentou que o Gabinete de Crise conta com o reforço do navio da marinha portuguesa, NRP Sines que chegou com pessoal militar, fuzileiros e mergulhadores, para também apoiar nas buscas, porque toda a orla marítima tem muita lama e ainda há muitos objectos no fundo do mar e no terreno.
Também chegaram quatro bombeiros da ilha do Sal e 100 pessoas da Ilha de Santo Antão dispostas a ajudar na limpeza da cidade e apoio à população.
Segundo Vitória Veríssimo, o Gabinete de Crise está a trabalhar juntamente com a empresa de telecomunicações Alou, que também foi afectada pelas chuvas, para reactivar a linha de emergência 811-12 para permitir que as pessoas façam chegar diversas informações às equipas de socorro.
A mesma fonte adiantou que já foram criadas contas bancárias para depósito para apoio, sendo uma internacional e uma conta nacional e que estão a arranjar mais espaços de armazenamento para receber os donativos que estão a ser geridos, em termos de distribuição à população, pela Cruz Vermelha e pela Câmara Municipal de São Vicente.
CD/HF
Inforpress/Fim
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