
Mindelo, 11 Dez (Inforpress) – Humberto Évora, especialista em medicina desportiva, chamou hoje, no Mindelo, a atenção para que sejam tomadas medidas no sentido da medicina desportiva no país deixe de ser um “embrião” e passe a ser vista com outros olhos.
Humberto Évora, que, inclusive, já foi médico da selecção nacional de futebol, fez o alerta como parceiro do circuito internacional de voleibol de praia (volleyball world beach tour), que arrancou hoje, na Praia da Laginha, e decorre até domingo, 14.
O clínico, que recebeu o convite do mentor da iniciativa, Amílcar Graça, também conhecido por Micau d´Laginha, enalteceu a projecção que pode ter Cabo Verde ao receber tal evento internacional.
Entretanto, frisou, o apoio aos atletas cabo-verdianos é “fundamental”, tendo em conta que a medicina desportiva ainda é “embrião em Cabo Verde” e não tem nada a ver com o estágio atingido a nível internacional”.
Humberto Évora disse que os reflexos desta situação, podem ser notados na própria competição de voleibol de praia, onde a equipa médica atendeu hoje os primeiros pacientes/atletas e a maioria é de Cabo Verde.
A mesma fonte apontou como uma das razões a afinidade com os conterrâneos, mas, por outro lado, indicou que atletas cabo-verdianos apareceram com lesões no joelho, na tibiotársica e de ombros, lombalgias, que não são recentes.
“O nosso papel seria tratar de lesões adquiridas cá, mas agora temos de ‘remendar’, porque não há como mudar, então temos de remendar para que estes possam jogar”, sublinhou.
Neste sentido, Humberto Évora lançou um alerta para que a medicina desportiva no país passe a ser vista com outros olhos e com um projecção que “até agora não é consentânea com a importância que esta tem”.
Para isso, segundo a mesma fonte, vai ser preciso começar pela base, a formar médicos e abrir centros direccionados para tal, já que “a saúde do atleta está sempre em primeiro lugar”.
Um posicionamento também defendido pelo delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva, que, como anunciou à imprensa, deve ocupar o cargo até sexta-feira, 13.
Elísio Silva, que destacou o seu contributo dado ao desporto ao longo destes anos, assegurou que agora que deixa o cargo de delegado vai dedicar mais tempo à medicina desportiva, que “não tem desenvolvido nada em Cabo Verde”.
“Devíamos aproveitar muito mais o doutor Humberto Évora para nos ajudar, o mais breve possível, a formar médicos capazes”, aconselhou Elísio Silva.
Isto porque, conforme a mesma fonte, estão muitos jovens a iniciar-se no desporto, apanham lesões que depois não são tratadas, comprometendo o seu desenvolvimento.
Tudo isso pode levar, acrescentou, por exemplo, um atleta que poderia ser uma promessa, a ter a carreira terminada precocemente.
Neste primeiro dia da competição, as cores cabo-verdianas foram defendidas por duas duplas de atletas, uma feminina e outra masculina, mas as duas perderam neste primeiro embate, a feminina frente ao Senegal (2-1) e a masculina contra a Alemanha (2-0).
LN/ZS
Inforpress/Fim
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