São Vicente: Director do CNAD nega que atraso no apoio aos artesãos deve-se à recolha de documentos

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São Vicente: Director do CNAD nega que atraso no apoio aos artesãos deve-se à recolha de documentos
19/09/25 - 05:47 pm

Mindelo, 19 Set (Inforpress)- O director do Centro Nacional de Arte Artesanato e Design (CNAD), Artur Marçal, negou hoje que o atraso no apoio aos artesãos do Quintal das Artes deve-se à recolha de documentos de outros artesãos.

Artur Marçal falava em conferência de imprensa em reacção à crítica dos artesãos do Quintal das Artes em São Vicente sobre falta de apoio por parte do Governo passados mais de dois meses após terem sofrido perdas materiais e de equipamentos nos seus ateliês com a passagem da tempestade Erin.

Para o director do CNAD, tais declarações são infundadas e não correspondem à verdade porque o apoio destina-se a todos os artesãos de São Vicente afectados pela tempestade e não apenas os do Quintal das Artes.

“Convém ainda realçar que o CNAD e o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas não atribuem qualquer subsídio, mas sim acompanhamos e mantemos um contacto permanente com a pró-empresa e com o Ministério do Fomento Empresarial que gera o fundo de apoio”, explicou.

A mesma fonte avançou que os processos dos artesãos já seguiram toda a tramitação para o Ministério da Cultura que depois deve encaminhá-los para o Ministério do Fomento Empresarial.

“O CNAD não tem qualquer interesse em travar o processo. Antes, pelo contrário, nós é que fomos atrás dos artesãos, nós é que corremos para que o sector da cultura fosse incluído no projecto de reconstrução de São Vicente e essa situação pode ser confirmada com a representante da Unesco que está cá”, clarificou dizendo que o sector da cultura não estava contemplado no primeiro levantamento que se fez.

A mesma fonte explicou que na reunião online com o ministro da Cultura, Augusto Veiga, ocorrida no dia 8 de Setembro, foi reconhecida a necessidade de garantir condições de trabalho dignas aos artesãos.

Informou ainda que os artesãos solicitaram ao governante a entrega de novas fichas porque, segundo eles, na altura ainda não tinham a noção real dos danos.

“Nas novas fichas, há valores que aumentaram seis vezes mais e há casos onde foram incluídos objectos pessoais, tais como telemóveis. Convém realçar que, no primeiro levantamento, foi determinado um valor de 2.984.990 escudos”, adiantou.

Segundo Artur Marçal, ao contrário do que afirma o porta-voz dos artesãos, Alcindo Vasconcelos, o levantamento realizado estima que o valor total dos artesãos do Quintal das Artes atinge os 4.479.860 escudos e não o valor de dois mil contos divulgados.

“Aliás, convém sublinhar que, na reunião, os próprios artesãos referiram junto do ministro que o valor era de três mil.  Portanto, temos aqui vários valores”, argumentou.

A mesma fonte assegurou também que  “o CNAD não expressou nem podia expressar” a intenção de realocar os artesãos do Quintal das Artes, por não dispor de um espaço para os albergar.

“Não é propriedade do CNAD ou do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas. Sendo um espaço público ocupado, o CNAD alertou para a necessidade de juntos encontrarmos um outro espaço para os artesãos, uma vez que, como é do conhecimento público, existem projectos para o espaço”, clarificou.

CD/ZS

Inforpress/Fim

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