Mindelo, 13 Ago (Inforpress) - A delegação da Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), em São Vicente, pediu hoje um plano pós-emergência para construção de habitação digna e apoio psicológico às famílias, para além de assegurar cestas básicas, roupas e outros utensílios.
A delegada Fátima Lima, em declarações à Inforpress, manifestou sua “profunda preocupação” com a situação vivida pelas famílias afectadas pela tempestade que atingiu a ilha na madrugada de segunda-feira, 11, sinalizando que apesar dos esforços para responder às demandas, a resposta “ainda é fraca”.
"Quando senti as primeiras chuvas, conhecendo a realidade daquelas casas, fiquei muito preocupada", relatou Fátima Lima, reforçando que as primeiras horas após o desastre foram marcadas por pedidos de socorro, mas a mobilidade estava condicionada.
"Nem sequer conseguimos sair de casa para resolver determinadas situações. Estamos a crer que nessa primeira fase iremos responder de forma normal", acrescentou.
Realçou que a OMCV tem estado a mobilizar-se, montando um ponto de recepção e distribuição de donativos, apesar das dificuldades, sublinhando, por outro lado, a importância do apoio da sociedade.
"A minha maior preocupação é o durante e o depois, o que vai acontecer com essas pessoas depois de receberem uma cesta básica ou uma peça de roupa, precisamos de preparar a reconstrução das suas vidas", questionou, enaltecendo as várias campanhas realizadas pela organização
Segundo Fátima Lima, a equipa já lançou apelos nacionais e internacionais para aquisição de utensílios domésticos como colchões, camas, fogões, lençóis, toalhas e outros bens essenciais, paralelamente ao apoio psicológico e social para as famílias afectadas, reconhecendo o impacto emocional da perda repentina de tudo o que se construiu ao longo da vida.
"É necessário acolher essas famílias com o mínimo necessário, atribuir-lhes habitação com dignidade. Estão a viver em locais pouco habitáveis e isso afecta também a autoestima e o bem-estar emocional", recordou, enfatizando que a OMCV continuará a trabalhar no terreno.
Fátima Lima reforçou o apelo à solidariedade da população de Cabo Verde e da diáspora para garantir que, além do socorro imediato, haja condições reais para que as famílias possam reerguer-se.
LT/AA
Inforpress/Fim
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