Mindelo, 20 Ago (Inforpress) - O ministro da Administração Interna aconselhou hoje as pessoas a evitar reconstruir casas nos mesmos locais, salientando que esta prática eleva os riscos e aumenta a vulnerabilidade.
Segundo Paulo Rocha, as pessoas têm a liberdade de melhorar as suas casas lá onde sofreram danos, mas pediu que a onda de apoio e de solidariedade seja feita em coordenação com a Câmara Municipal de São Vicente ou com o Serviço Nacional de Protecção Civil para evitar que na vontade de ajudar esteja a se criar mais risco.
“Eu creio que esta é a mensagem mais pedagógica que podemos e devemos transmitir. Para que as pessoas percebam que, num acto de querer ajudar, podemos estar a expor as pessoas a mais risco”, lançou.
O ministro reconheceu “que quem tem necessidade conta com o apoio”, mas, observou, “há casas que estão verdadeiramente em situações de risco em encostas, com deslizamento à direita, à esquerda, à frente e atrás”.
Segundo Paulo Rocha, o Serviço Nacional de Protecção Civil tem estado a identificar estas situações e há casos em que algumas não têm condições de moradia, muito menos de reconstrução.
Relativamente aos desalojados, pessoas que perderam as suas casas, o ministro da Administração Interna afirmou que o Governo está a trabalhar em respostas, a curto prazo, para cuidar das pessoas que ficaram sem casa.
“As respostas serão desde o arrendamento a casas em definitivo onde possam ficar. Neste momento são muitas pessoas. Obviamente que ocorre um trabalho de levantamento. O que nós garantimos é tranquilidade porque as pessoas já estão identificadas”, afiançou o ministro, informando também que existe outro trabalho a nível de identificar as pessoas que estão em zonas de risco.
As chuvas que caíram na segunda-feira devido à passagem da tempestade tropical Erin causaram vários danos materiais, como arraste de viaturas para o mar, deslizamento de terra e desmoronamento de casas, sobretudo, de lata, quebra nos sistemas eléctricos e de telecomunicações, morte de animais, além de perda de vidas humanas.
Decorrente desta catástrofe, contabilizam-se nove mortes e duas pessoas desaparecidas, mas, conforme o Gabinete de Crise, as buscas continuam tanto em terra como no mar.
A ilha de São Vicente está sob o Estado de Calamidade, decretada pelo Governo.
CD/CP
Inforpress/Fim
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