Mindelo, 21 Ago (Inforpress) – Os irmãos Valentim, proprietários de seis táxis danificados pelas enxurradas do dia 11, mantém as viaturas paradas e já calculam um prejuízo diário de cerca de 30 mil escudos/dia e sem previsão de retorno ao serviço.
Conforme contou João Valentim à Inforpress, dez dias depois da tempestade não tem a previsão de quando as viaturas regressam ao serviço, uma vez que ainda continuam o trabalho de limpeza dos táxis, que antecede a revisão da mecânica e da parte eléctrica.
Um dano que ainda não foi calculado, segundo a mesma fonte, pois, apesar de as viaturas terem sido resgatadas, não se sabe o nível dos malefícios na mecânica e no sistema elétrico.
“Por enquanto só fizemos a limpeza no habitáculo com a remoção de cadeiras e forros”, completou, pois, quando derem entrada na oficina, vai ser “um mínimo de dez dias em reparações” no motor e parte eléctrica.
“Neste mês de Agosto dificilmente as seis viaturas voltarão à estrada”, vincou.
Conforme João Valentim, os seis táxis e mais três viaturas particulares de que são proprietários, encontravam-se parados, como habitualmente, na Rua de Coco, zona de confluência da torrente de água que chegou à zona baixa da cidade.
“Morámos uma rua acima da Rua de Coco e quando reparamos que a chuva estava a aumentar de intensidade saímos de casa e fomos tentar retirar as viaturas, mas a água estava alta e nós próprios tivemos que nos abrigar no edifício do tribunal”, contou João Valentim, pois a própria vida dos irmãos estava em risco.
Os proprietários, que empregam 12 condutores, aguardam ainda uma interacção com a seguradora, pois afirmam que todas as viaturas têm o seguro facultativo activo.
“Mas certo é que não tem seguro contra todos os riscos”, lamentou quem viu, ao todo, nove viaturas danificadas pela tempestade Erin, que devastou a ilha no dia 11.
Os estragos por toda a ilha provocados pela passagem da tempestade fizeram o Governo declarar situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau.
Além disso, foi anunciado um plano estratégico de resposta que contempla apoios de emergência às famílias, mas também às actividades económicas, com linhas de crédito com juros bonificados e verbas a fundo perdido, justificando a decisão com o "quadro dramático, excecional".
O Governo utilizará os recursos do Fundo Nacional de Emergência, criado em 2019 para responder a situações de catástrofes naturais ou impacto de choques económicos externos.
AA/SN//CP
Inforpress/Fim
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