
Mindelo, 16 Fev (Inforpress) – O presidente do Cruzeiros do Norte afirmou hoje que não estiveram presentes na reunião do Conselho Deliberativo da Liga do Carnaval, pelo que este órgão não pode interferir nas decisões dos grupos que aceitaram desfilar.
Jaílson Juff falava à imprensa a propósito do posicionamento do Conselho Deliberativo da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV), que informou que “não há desfile nem concurso oficial entre os grupos de Carnaval” em 2026 e que “qualquer responsabilidade referente ao Carnaval recai sobre o presidente da Câmara Municipal de São Vicente”.
A mesma fonte informou que a intenção do Cruzeiros do Norte sempre foi desfilar, razão pela qual não compreende a posição dos quatro grupos oficiais que já tinham divulgado anteriormente que não iriam desfilar e que agora afirmam “não aceitar a competição entre o Cruzeiros do Norte e Flores do Mindelo”.
“Eles dizem que foi o Conselho Deliberativo que decidiu que não haverá competição em 2026. O conselho é formado por todos os grupos. Nós não estivemos presentes e os quatro oficiais não podem interferir nas decisões dos que aceitaram defender São Vicente”, sustentou, reiterando que o Cruzeiros do Norte conta com o apoio da Câmara Municipal de São Vicente, do Ministério da Cultura e do presidente da LIGOC-SV.
Segundo Jaílson Juff, este ano o Carnaval significa “mais do que cultura e mais do que festa”, porque “é uma oportunidade” para a economia da ilha de São Vicente.
“Neste momento temos vários voos internacionais e muitos turistas vão estar aqui em São Vicente na época do Carnaval, o que vai ajudar a economia da ilha e apoiar as pessoas que sofreram com as chuvas. Por isso não entendemos por que motivo não se quer fazer o Carnaval”, acrescentou.
Para o presidente, o Cruzeiros do Norte e o Flores do Mindelo são “símbolos de resiliência”, porque são eles que “levantam o Carnaval de São Vicente sempre que ele se encontra fragilizado”.
“É uma coincidência, porque todas as vezes que o Carnaval de São Vicente está em baixo somos nós que o levantamos. Há 15 anos, quando o Carnaval estava fragilizado, fomos nós que demos impulso para esta caminhada e, neste momento, somos novamente nós que estamos a lutar para defender e dinamizar o Carnaval de São Vicente”, considerou.
O grupo Cruzeiros do Norte vai desfilar no Carnaval de 2026 com o tema “História dourada com pedras negras”, que retrata São Vicente desde a época do comércio do carvão até aos dias de hoje.
O enredo foi concebido pelo Carnavalesco Fernando Morais para um orçamento de 10 mil, e o desfile contará com quatro carros alegóricos, dois reis, duas rainhas, casal de mestre-sala e porta-bandeira, rainha de bateria e cerca de dois mil foliões.
O Flores do Mindelo já demonstrou intenção de desfilar, mas ainda não apresentou o seu enredo.
Monte Sossego, Vindos do Oriente, Estrela do Mar e também o Samba Tropical – este último que desfila na noite de segunda-feira de Carnaval – abdicaram de sair às ruas, alegando falta de condições, entre as quais “dívidas acumuladas, falta de estaleiros, desbloqueio faseado das subvenções, atribuição de uma sede à LIGOC-SV e realização de um estudo de impacto económico e financeiro do Carnaval de São Vicente”.
CD/AA
Inforpress/Fim
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