Mindelo, 24 Set (Inforpress) - O presidente da Câmara Municipal de São Vicente disse hoje que a autarquia está aberta a todos que queiram contribuir, com seriedade e responsabilidade, para que São Vicente volte a respirar com esperança.
Augusto Neves reagia, na sua página do Facebook, às declarações do presidente regional da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) em São Vicente, Anilton Andrade, de que há “falta de vontade política, liderança e competência” para que São Vicente volte à sua normalidade após a passagem da tempestade Erin.
“Respeito o direito à crítica e à indignação, sobretudo quando ela nasce da dor e da preocupação com São Vicente. Mas não posso deixar de responder com verdade e responsabilidade. Desde o primeiro minuto após a tragédia, estivemos no terreno”, reagiu o autarca.
Segundo Augusto Neves as equipas da câmara “trabalharam incansavelmente” para salvar vidas, reabrir vias, apoiar famílias desalojadas e devolver dignidade às comunidades afectadas junto com parceiros institucionais e com a sociedade civil.
“Não nos escondemos. Não fugimos. E não deixamos São Vicente entregue ao acaso.
Intervimos no saneamento, desobstrução de ribeiras e esgotos, obras emergenciais e apoio directo às famílias através da Loja Social. Continuamos a trabalhar dia e noite, com os recursos disponíveis, para restaurar a normalidade”, acrescentou ainda aquele presidente, reconhecendo que há muito por fazer.
Augusto Neves disse lamentar “profundamente que, num momento em que a união deveria prevalecer, alguns escolham o caminho da politização da dor”. O autarca assegurou ainda que a “Câmara Municipal de São Vicente (CMSV) nunca se demitiu das suas responsabilidades e não o fará agora”.
Sobre as alegações de venda de terrenos em zonas de risco, a mesma fonte garantiu que qualquer decisão da CMSV será pautada pela “legalidade, transparência e respeito pela segurança das pessoas”. Garantiu ainda que a edilidade “não compactua com práticas que coloquem vidas em risco”.
“Se houver dúvidas, estamos abertos ao escrutínio e ao diálogo sério. A minha prioridade continua a ser a recuperação da nossa ilha e a segurança da nossa população, arrematou o presidente da câmara de São Vicente.
A tempestade Erin, ocorrida na madrugada do dia 11 de Agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais, afectou o abastecimento de energia e água e provocou nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas e vários desalojados, em São Vicente.
Na sequência, o Governo decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos concelhos de São Nicolau, outros dos pontos do país afectados.
Foi aprovado um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e actividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
CD/ZS
Inforpress/Fim
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