Calheta, São Miguel, 14 Out (Inforpress) – Os moradores da localidade de Lém Oliveira, em São Miguel, afirmam sentir-se “isolados” e apelam a uma maior atenção por parte das entidades de saúde, especialmente no acompanhamento dos idosos, que representam a maioria da população residente.
Em declarações à Inforpress, Luzia Varela, uma moradora que habitualmente auxilia os idosos nas deslocações à Delegacia de Saúde de São Miguel, relatou as dificuldades enfrentadas pela comunidade.
Segundo explicou, “a estrada encontra-se em más condições e os condutores muitas vezes recusam-se a prestar socorro quando é necessário”.
Essa situação, acrescenta Luzia Varela, faz com que muitos idosos deixem de se deslocar à delegacia para realizar os controlos de doenças crónicas como diabetes e hipertensão, agravando o estado de saúde de vários residentes.
Além disso, há casos de feridas e outras enfermidades que não recebem o devido tratamento, uma vez que os doentes não conseguem sair de casa sozinhos.
Luzia Varela aproveitou ainda para pedir apoio social e psicológico relativamente à sua irmã, que sofre de distúrbios mentais há mais de 30 anos. Apesar de já ter recebido tratamentos e acompanhamento médico, a situação mantém-se sem melhorias, obrigando a família a mantê-la em casa por representar um risco para si própria e para a comunidade.
Contactada pela Inforpress, a delegada de Saúde de São Miguel, Antonieta Lopes, confirmou que a localidade dispunha de um agente de saúde, entretanto ausente porque emigrou.
Garantiu, contudo, que uma nova agente está em fase de estágio e deverá assumir as funções em meados de Novembro.
Antonieta Lopes destacou ainda que a comunidade de São Miguel, onde se situa este povoado, beneficia de consultas médicas mensais e visitas semanais de enfermeiros, sobretudo devido ao recente surto de esquistossomose, que atualmente apresenta uma diminuição de casos.
A delegada alertou, no entanto, que com a época das chuvas, o número de infecções poderá voltar a aumentar caso as medidas de prevenção não sejam respeitadas.
Relativamente ao caso da paciente com perturbações mentais, Antonieta Lopes informou que já visitou a família acompanhada de uma psicóloga, tendo recomendado o acompanhamento regular na Delegacia de Saúde.
“Passado mais de um ano, ela ainda não foi levada à delegacia”, lamentou.
A delegada reafirmou que o plano de actuação da Delegacia de Saúde de São Miguel abrange todas as comunidades do município, contando com o apoio de agentes sanitários, enfermeiros e equipas médicas que realizam visitas periódicas para garantir a cobertura dos cuidados básicos de saúde.
MC/CP
Inforpress/Fim
Partilhar