Ribeira Grande, 09 Fev (Inforpress) – Os membros do grupo de animação de Mão para Trás estranharam o “grande desfile” de Carnaval prometido pela câmara e dizem que a verba disponibilizada “não é suficiente” e avisam que não vão desfilar nessas condições.
Em declaração à Inforpress, Maria Rodrigues, membro do grupo de Mão para Trás, disse que enviaram duas cartas à edilidade ribeira-grandense, uma que continha o orçamento do grupo e outra da batucada.
Só que, conforme a mesma fonte, tal foi o espanto já dos dois orçamentos apresentados a câmara disponibilizou um “valor irrisório”.
“A verba dada foi de 60 mil escudos, não cobre as despesas, pois temos trio elétrico, som, banda, foliões e andores, de entre outros, e este montante não é suficiente. Por isso, não aceitamos e não vamos sair em tais condições”, avisou.
Maria Rodrigues salientou que na reunião que fizeram com o vereador o mesmo garantiu que a edilidade iria “superar” o montante que havia disponibilizado para o Carnaval do ano passado.
Só que, conforme a mesma fonte, em vez de superar como foi prometido, o mesmo foi diminuído.
“Acreditamos na palavra dele e começamos a adiantar as coisas trouxemos os andores de São Vicente e demos outro expediente de forma a não ficarmos apertado no que diz respeita ao tempo, e tal foi nosso espanto, a verba é inferior à do ano passado”, sublinhou.
Denis Rodrigues da batucada reforçou que decidiram que vão brincar o Carnaval na comunidade de Mão para Trás, pois segundo a mesma não houve “nenhum” tipo de incentivo da edilidade e relembrou que os grupos (Batucada e Mão para Trás) apresentaram um “bom orçamento” na qual poderiam fazer um “belo desfile” de Carnaval.
“No ano passado ele o vereador mandou-nos fazer à-vontade que depois responsabilizaria e ficamos em maus lençóis porque ele não responsabilizou por nada e tivemos que arcar com as mesmas” recordou.
A mesma fonte esclareceu que o número de instrumentos foi aumentado sim, mas não foi pela edilidade.
Trata-se, segundo Denis Rodrigues, de um investimento pessoal que “nada tem a ver” com patrocínio da Câmara Municipal da Ribeira Grande.
Denis Rodrigues questionou ainda o apelo do vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande, para os grupos se oficializarem de forma a conseguirem maior apoio a nível nacional.
“Será que este maior apoio a nível nacional vai ser igual ou inferior que o que a edilidade quer nos dar”, questionou.
Por sua vez, Fretson Fonseca, que também é membro do grupo de Mão para Trás, relembrou que todos os grupos que oficializaram no concelho não participam mais no Carnaval em Ribeira grande devido a “falta de condições”.
“Ainda corremos o risco de oficializar e ficar como os vários outros grupos oficiais que a muito não saem para brincar o Carnaval, porque não há condições para tal”, observou.
No dia 08 de Fevereiro o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Paulo Rodrigues, em declarações à Inforpress, prometeu um “grande desfile” de Carnaval nas principais artérias de Povoação.
“Este ano não teremos desfile oficial de Carnaval, porque não temos grupos oficializados no concelho. Entretanto, no dia da festa do Rei Momo teremos um grande desfile com o grupo de Mão para Trás e os Mendingas de Tarrafal”, garantiu.
Paulo Rodrigues explicou que, para além desses dois grupos, a edilidade também apoiou as escolas e jardins infantis de Ponta do Sol e Povoação, um investimento à volta de 300 mil escudos.
O vereador fez saber que a autarquia ribeira-grandense patrocinou a manutenção das batarias, aumentou o número de instrumentos e ainda vai trazer alguns andores da ilha de São Vicente através de parcerias com outros grupos daquela ilha.
LFS/AA
Inforpress/Fim
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