Santo Antão: Treinador do PS Vólei denuncia falta de transparência na gestão do campeonato feminino

Inicio | Desporto
Santo Antão: Treinador do PS Vólei denuncia falta de transparência na gestão do campeonato feminino
15/07/25 - 07:52 pm

Ribeira Grande, 15 Jul (Inforpress) – O treinador do PS Vólei feminino, Rui Silva, denunciou hoje decisões “arbitrárias e irregularidades” da Associação de Voleibol de Santo Antão, que, segundo afirma, comprometem a integridade da competição e o futuro da modalidade na ilha.

Em declarações à Inforpress, Rui Silva, disse que desde há duas épocas que os jogos do campeonato decorrem no Pavilhão David Fortes, em Ribeira Grande, por acordo entre as equipas, incluindo a realização das finais.

Contudo, segundo o treinador, para surpresa da equipa, a Associação informou hoje que o segundo jogo do play-off feminino será realizado no concelho do Paul, alegando a necessidade de realizar um jogo no pavilhão e outro na “casa” do Paulense.

“O pavilhão não é a nossa casa. A nossa verdadeira casa é em Ponta do Sol, mas abrimos mão disso quando as outras equipas alegaram que não havia condições para jogar lá. Aceitámos jogar no pavilhão, mesmo sem qualquer vantagem, até porque o apoio local é reduzido, por respeito à qualidade do jogo e à segurança”, explicou.

Rui Silva considerou esta alteração uma quebra no compromisso assumido entre as equipas no início da época, e apontou ainda que a decisão ignora o historial de conflitos e agressões registados anteriormente no Paul.

“Temos atletas que foram agredidos fisicamente e verbalmente naquele local. Até agentes ligados ao desporto chegaram a invadir o campo e a agredir pessoas. E o mais grave é que a Associação nada fez”, afirmou, acrescentando que esta falta de acção compromete a segurança dos atletas, muitos deles adolescentes de 15 e 16 anos.

O técnico questionou também a legitimidade e o funcionamento da actual estrutura associativa, afirmando que a Associação “está praticamente a ser gerida por uma única pessoa — o presidente”, sem Conselho Fiscal, Conselho de Disciplina ou qualquer estrutura funcional.

A equipa ainda não decidiu se irá comparecer ao jogo no Paul, mas, segundo Rui Silva, “muitos pais já demonstraram receio em deixar os filhos participar”, face aos episódios de violência do passado.

“Queremos ouvir a versão da Associação em público. Não aceitamos mais decisões tomadas por mensagens privadas. Temos prints que provam que já houve mudanças de decisão sem qualquer critério. Esta época foi extremamente turbulenta”, disse.

Rui Silva relembrou ainda que o PS Vólei ficou quase um mês sem jogar contra o Paulense, sem qualquer explicação por parte da Associação.

“No dia anterior ao jogo, quando já estávamos preparados para nos deslocarmos ao Paul, fomos informados que, se fôssemos, teríamos de arcar com todas as despesas e consequências. Isto é inadmissível”, disse.

Em tom de alerta, o treinador apelou à intervenção da Federação Cabo-verdiana de Voleibol.

“O voleibol está a morrer em Cabo Verde. Se esta ‘brincadeira’ continuar em Santo Antão, vamos perder tudo o que já foi conquistado com tanto esforço e dedicação”, alertou.

A Inforpress tentou contactar a Associação Regional de Voleibol de Santo Antão, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

LFS/ZS

Inforpress/Fim

Partilhar