Ribeira Grande, 24 Jul (Inforpress) – O responsável da Escola de Natação Busca e Salvamento (ENSAR) denunciou hoje a falta de condições para a prática da modalidade e lamentou a ausência da escola no campeonato nacional de 2025 por falta de infra-estruturas de treino.
Em declarações à Inforpress, Nivaldo Santos disse que a Escola de Natação Busca e Salvamento (ENSAR), sediada na Ribeira Grande, Santo Antão, desenvolve, desde 2021, um trabalho regular de formação de crianças e jovens, sobretudo entre os 13 e os 16 anos, com o objectivo de preparar atletas para competições regionais e nacionais.
No entanto, sublinhou que esse esforço tem sido dificultado pela inexistência de uma piscina adequada.
“Temos funcionado como podemos, procurando tanques com água disponíveis para poder treinar os nossos atletas. Não é o ideal, mas é a única alternativa que temos”, disse.
A mesma fonte acrescentou que há três anos foi entregue à Câmara Municipal da Ribeira Grande um projecto para a construção de uma piscina municipal.
“O projecto foi bem recebido e até aprovado na Assembleia Municipal, mas até hoje não deu nenhum passo em frente. Não houve qualquer incentivo para o tirar do papel”, recordou.
Nivaldo Santos apelou à acção das autoridades municipais, sublinhando que o desporto “não pode ser só para os momentos de glória e para tirar fotografias a dar parabéns”, quando, na verdade, as condições básicas para treinar e competir continuam por garantir.
“O caso da Escola de Atletismo da Ribeira Grande é mais um exemplo. Sem quase nenhuma condição, têm formado campeões nacionais e estão hoje a dar as cartas nos Jogos da CPLP. Estão de parabéns, mas continuam sem o mínimo apoio”, apontou.
O responsável lamentou ainda que, apesar de a ENSAR ser a única escola de natação na ilha e de já ter representado Santo Antão em competições nacionais e internacionais, o apoio institucional continua a ser “quase inexistente”.
“Natação não é uma modalidade que se adapta facilmente. Precisamos de um espaço com água, e sem isso não há treino possível”, frisou, apelando por condições mínimas que permitam não só a formação de atletas, mas também de cidadãos.
Segundo Nivaldo Santos estes jovens são o futuro e “merecem ter o valor que lhes é devido”.
A falta de infra-estruturas desportivas e culturais é uma preocupação antiga no concelho da Ribeira Grande.
Associações juvenis, clubes desportivos e agentes culturais têm, ao longo dos últimos anos, denunciado a precariedade das condições para a prática de modalidades como natação, atletismo, futebol, entre outras.
Vários projectos estruturantes chegaram a ser anunciados e, nalguns casos, aprovados nos planos de actividades e orçamentos municipais, como é o caso da tão “aguardada” piscina municipal, incluída no plano da câmara municipal há cerca de três anos, mas pouco ou nada avançaram no terreno.
A aprovação deste projecto na Assembleia Municipal gerou, à época, grandes expectativas na comunidade desportiva local, mas passados os anos, a ausência de obras e de compromissos concretos tem gerado “frustração e sentimento de abandono”.
Esta estagnação tem forçado várias escolas e clubes a funcionarem em condições improvisadas, recorrendo a espaços inadequados, e tem limitado o potencial de desenvolvimento dos jovens atletas da região, muitos dos quais têm mostrado talento e dedicação apesar dos obstáculos.
LFS/HF
Inforpress/Fim
Partilhar