Santiago Norte: Ministro diz que impacto do programa Bolsa de Acesso à Cultura tem sido “incrível” (c/áudio)

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Santiago Norte: Ministro diz que impacto do programa Bolsa de Acesso à Cultura tem sido “incrível” (c/áudio)
04/04/24 - 09:49 pm

Assomada, 04 Abr (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, considerou hoje que o impacto do programa Bolsa de Acesso à Cultura (BA Cultura) tem sido “incrível” tendo em conta o aumento do número de alunos.

O ministro fez esta consideração em Assomada, ao presidir ao acto da assinatura de apoio financeiro a escolas, associações, ONG de Santiago Norte e São Domingos, sublinhando que hoje somente em Santiago Norte o valor é de 7 mil contos e que em 2017, no início do programa, iniciaram com cerca de 8 a 9 mil contos.

Este aspecto foi considerado pelo governante como “uma prova de como é que este programa cria e tem estado a alcançar crianças de diversas localidades”, um mérito que, segundo o ministro, não é somente do ministério, mas também dos monitores.

Este ano, avançou que na cidade da Praia assinaram com 44 escolas e uma de Ribeira Grande de Santiago, em São Vicente contam com cerca de 10 a 12 escolas, em Assomada somente quatro, mas a vontade é de duplicar pelo menos no próximo ano. 

Dos municípios que assinaram hoje o documento, informou que em São Domingos participam 327 crianças, adolescente e jovens no programa, São Lourenço dos Órgãos 108, Santa Catarina 124, Tarrafal 52, São Miguel 112, Santa Cruz 2023, considerando que são uma família, pois “todos trabalham sobre a mesma regra, mesmo padrão e mesma vontade”. 

No sétimo ano do programa, Abraão Vicente considerou que “o impacto tem sido incrível e prático” e que mais tarde, Cabo Verde não só vai ter mais artistas, mas também pessoas apreciadoras da cultura cabo-verdiana no futuro.

Igualmente, a presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Jassira Monteiro, reconheceu que o programa “tem mudado a vida e tem permitido aquilo que é essencial na vida do ser humano que é mudar a vida das pessoas”, exaltando o facto de se iniciar pelas crianças, porque fica a referência do que foi feito para elas. 

Enalteceu o facto deste programa ter alcançado o país inteiro, e ter permitido que alunos de qualquer localidade rural tenha acesso à cultura, à semelhança das comunidades urbanas, ou então crianças cujos pais podem ter maior capacidade de compra do que outros.

“Este programa mostra que cultura é inclusiva, pois ela integra e em vez de criar disparidade ela congrega”, disse, reforçando que ter a sala cheia é sinal de que “o objectivo está a ser cumprido, que é integrar e fazer com que a cultura chegue a todos”. 

Das associações, escolas, João da Veiga, da associação de Fonte Lima, professor de música, contou que já tem oito meses que iniciou essa missão e no início, as crianças não tinham nenhum conhecimento nesta matéria, mas hoje conseguem responder na parte teórica e na prática na medida das suas possibilidades. 

Diz estar ciente de que ainda há muitos caminhos por enveredar e estas crianças também estão cientes disso, mas que vão se manter “firmes neste processo”.

Quanto ao financiamento, considerou-o como sendo “muito valioso e louvável”, defendendo que é preciso abraçá-lo com garra e força, pois tem um grande impacto na vida das crianças beneficiárias. 

Já a Ariete Vaz, do Centro de Acompanhamento Psicopedagógico e Orientação Infantil Escolar, projecto Literatura Infantil do município de São Miguel, sublinhou que enquanto centro de acompanhamento trabalham com a questão da literatura, e o que fazem é educar através da literatura, apoio ao estudo, avaliação psicopedagógica e dentro do BA Cultura têm oficinas de histórias, dramatização, projecção de vídeos infantis, concurso de leitura, entre outras actividades.

E este financiamento, conforme evidenciou, tem sido “extremamente importante”, tendo em conta que enquanto escola, têm alunos de baixo rendimento, e este financiamento acaba por trabalhar na política da inclusão, onde todas as crianças, independentemente das condições sócio económicas das famílias, participam.

Por isso, pede a outras organizações, escolas e associações comunitárias que agarrem este projecto e que através do financiamento possam espalhar a cultura em todas as comunidades, quer seja em literatura infantil, artes plásticas, quer na música, dança, entre outras áreas.

No âmbito do programa BA-Cultura já foram assinados contratos de apoio financeiro para o ano 2024 com escolas de Santo Antão (Porto Novo), São Vicente e Santiago (Praia e Ribeira Grande de Santiago).

Para este ano foram selecionadas 112 escolas/associações/ONG que apresentaram candidaturas no período de 20 de Dezembro de 2023 a 31 de Janeiro de 2024. Estão incluídos 19 municípios, à excepção de Paul e Ribeira Grande (Santo Antão) e São Salvador do Mundo (Santiago).

MC/JMV
Inforpress/Fim

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