Santiago Norte: INSP realiza workshop sobre transporte de amostras biológicas

Tarrafal, 15 Abr (Inforpress) – O Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) está a promover, desde segunda-feira, um workshop no Tarrafal, ilha de Santiago, focado na implementação do Sistema Nacional Integrado de Transporte de Amostras Biológicas (SITEB).

Em declarações à imprensa, a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, explicou que este evento, que tem a duração de três dias, realiza-se em parceria com a Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS) e o objectivo é fortalecer as capacidades de vigilância, detecção precoce e resposta a surtos de doenças infecciosas no país.

Esta responsável destacou os desafios enfrentados por Cabo Verde, um país arquipelágico onde a detecção oportuna de doenças é crucial.

“Um dos principais constrangimentos identificados é o transporte eficaz de amostras biológicas entre as ilhas e municípios”, afirmou, enfatizando a importância de um sistema integrado que facilite a transferência de amostras para os laboratórios de referência, essenciais para o diagnóstico e tratamento de doenças.

Maria da Luz Lima relembrou que os laboratórios de referência são laboratórios com algumas especificidades, localizados nas ilhas onde há maior população e também para dar suporte aos hospitais, sobretudo o Hospital Central.

Daí, explicou, que há necessidade de as amostras biológicas, tanto da parte da saúde humana como da saúde animal, da parte da veterinária, chegarem atempadamente a esses laboratórios para poderem ser analisadas ou processadas.

E é nesta senda que o workshop reúne representantes de diversas instituições, incluindo os ministérios da Saúde, Ambiente, Agricultura, além da Agência de Aviação Civil e dos Correios de Cabo Verde, por forma a discutir e definir um modelo claro e eficiente para o transporte de amostras, alinhando as acções dos diferentes parceiros envolvidos.

“Cabo Verde tem dado boas respostas na questão do diagnóstico de doenças infecciosas, mas agora precisamos desenhar uma estratégia que seja mais eficiente e também envolver todos os parceiros”, considerou, ressaltando a necessidade de mesmo assim ser necessário um acordo entre as diferentes partes envolvidas para facilitar o processo de transporte das amostras para os laboratórios de referência.

Os participantes estão a analisar as limitações do sistema actual e vão propor um novo modelo que atenda às diretrizes da OOAS, com foco numa abordagem "Uma só saúde", que integra as áreas de saúde humana, animal e ambiental.

“Esperamos que, ao final deste workshop, tenhamos um plano claro que nos permita superar os desafios logísticos e garantir que nenhum paciente fique sem diagnóstico oportuno devido a constrangimentos no transporte de amostras”, concluiu Maria da Luz Lima.

A implementação do SITEB representa um “passo significativo” na modernização do sistema nacional de vigilância epidemiológica em Cabo Verde, essencial para a resposta eficaz às emergências de saúde pública.

MC/CP

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