Assomada, 09 Jul (Inforpress) – Os agricultores da região Santiago Norte estão optimistas e já iniciaram os preparativos para a próxima campanha agrícola, tendo na sua maioria preparado os terrenos e com a sementeira agendada para a segunda quinzena do mês de Julho.
Com as recentes chuvas ocasionais nos últimos dois dias, numa ronda efectuada por diversos municípios da região a Inforpress constatou que os terrenos estão a ser preparados em quase todas as ladeiras e encostas, prontos a aguardar a sementeira.
Apesar do ânimo, os agricultores notam uma tendência de diminuição nas quantidades de sementes e nas áreas cultivadas de ano para ano, e essa redução é justificada com o aumento dos custos da mão-de-obra e pela necessidade de minimizar prejuízos em caso de secas ou chuvas insuficientes.
Em Santa Catarina, Nelita Tavares anunciou que iniciará a sementeira a partir de 15 de Julho. Ela está a finalizar a roça dos seus terrenos e decidiu, ao invés de queimar os resíduos vegetais, conservá-los para a alimentação dos seus animais.
Nelita comentou que, embora actualmente as previsões meteorológicas não sejam tão confiáveis quanto no passado, ela mantém a esperança de um bom resultado para o ciclo agrícola.
Já em São Salvador do Mundo, João Amaro prevê uma temporada favorável, recordando que, no ano passado, as chuvas começaram no dia 08 de Julho e que a sua sementeira está agendada para 18 de Julho.
Neste momento, diz estar com tudo já preparado, desde terrenos limpos, sementes adquiridas e trabalhadores confirmados, embora tenha mencionado que os custos de mão-de-obra estão mais altos do que nos anos anteriores, variando entre dois e três mil escudos.
Em São Lourenço dos Órgãos, Teresa Garcia planeia iniciar a sementeira no dia 24 de Julho, e pretende semear cerca de duas quartas de milho e alguns litros de feijão.
Apesar do aumento nos custos da mão-de-obra, ela faz um esforço para optimizar a quantidade de sementes, adoptando uma estratégia de plantio mais conservadora, para evitar desperdícios e gastos excessivos, especialmente devido à incerteza das chuvas.
Pedro Varela, de Santa Cruz, com quase oito décadas de vida, expressou optimismo baseado em sinais naturais e nas tradições locais.
Ele observou que a "viciosidade" dos tamarineiros nesta época indica um possível bom ano agrícola, e ainda que não tenha definido uma data exata para a sementeira, avançou que o seu terreno já está preparado para receber os grãos de milho.
Este ano, também decidiu reduzir a quantidade de sementes devido aos preços praticados, confiando que uma boa temporada garantirá o sustento da sua família.
Apesar do ânimo, os agricultores manifestam preocupação com o aumento de pragas, como macacos, galinhas-do-mato, e já estão a sofrer com a previsão de pragas que há alguns anos atacam as plantações, nomeadamente a lagarta-de-cartucho e gafanhotos.
No que diz respeito às queimadas, práticas tradicionais na região, há sinais de diminuição devido ao esforço de conscientização promovido por entidades ambientais, que alertam para os riscos ambientais e para a saúde do solo.
O Governo, através do MAA, tem tentado sensibilizar os agricultores mostrando que a queimada, além de eliminar os restos vegetais que ajudam na formação da matéria orgânica do solo, prejudicam a qualidade do ar pela libertação de gases que contribuem para o aquecimento global.
A Inforpress procurou a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente em Santa Catarina e a delegação informou que tem materiais e equipamentos disponíveis para o controlo de pragas e incentiva os agricultores a solicitarem apoio quando necessário.
O Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) revelou esta terça-feira, que estão em curso acções para a campanha agrícola, orçadas em cerca de 44,5 milhões de escudos, para assegurar um bom ano agrícola em todas as ilhas.
E na lista das acções constam medidas fitossanitárias, como o controlo de pragas, com foco em métodos biológicos, e assistência técnica aos agricultores.
MC/CP
Inforpress/Fim
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