Pedra Badejo, 20 Jan (Inforpress) – Os conferencistas José Brito e Jorge Andrade, participantes na primeira edição do “Konbersu na Sombra”, defenderam hoje a necessidade de consciencializar os jovens de que a luta é contínua, e que é preciso valorizar a luta pela independência.
À margem da primeira edição do programa “Konbersu na Sombra” (Conversa à sombra em português), organizado pela Câmara Municipal de Santa Cruz, com o tema “Cultura e a sua importância no processo da luta de libertação”, em declarações à imprensa, José Brito que já foi ministro dos Negócios Estrangeiros, ministro da Economia, Crescimento e Competitividade, e embaixador de Cabo Verde em diversos países, realçou que este momento serviu para mostrar aos jovens de que a luta tem de continuar.
Pois, conforme ressaltou, a independência foi um momento “extremamente importante” para os cabo-verdianos, que adquiriram a soberania política, mas que “não foi suficiente”, não somente em Cabo Verde, mas em outros países africanos, visto que, o colonizador saiu e deixou um sistema, seja económico, de pensamento e de ensino, ou seja, diz que “tudo ficou”.
Salientou que a antiga geração quer que a juventude entenda que a luta tem de continuar, para que essa geração nova possa se apropriar e definir o seu futuro, mas, ao mesmo tempo, a geração que lutou pela independência quer também que a sua luta seja valorizada.
Isto porque, conforme disse, há uma “grande tendência” em deixar de lado esta luta pela independência, o que diz lamentar, porque foi uma luta que “custou muito a geração que lutou por ela”.
Por seu turno, o outro conferencista Jorge Andrade, o activista, também defendeu que é preciso lutar para se viver a cada dia da melhor forma possível, cuidando da sociedade, construindo e não destruindo e seguindo os passos que as gerações anteriores passam.
E a passagem do legado de geração em geração é o caminho para a construção do futuro, e o agora é o real investimento, o que segundo o mesmo muitas vezes se pensa mais na infraestrutura financeira sem se preocupar com o amanhã e como vai ser.
É neste sentido que alerta que o amanhã é e deve ser construído agora, e existe alguma urgência para tal, uma vez que, não existe nem o futuro e nem o passado, pois é agora que se tem de agir.
Sobre o programa, o vereador do sector da Cultura, Danilo Furtado, explicou que vai ter mais edições e que esta primeira edição coincidiu com o Dia dos Heróis Nacionais, decidindo-se proporcionar assim momentos de reflexão, principalmente numa altura em que existem várias discussões de datas especiais em Cabo Verde.
MC/AA
Inforpress/Fim
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