Santa Catarina: Técnico de pesca aponta para um vazio entre o Governo e as comunidades piscatórias

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Santa Catarina: Técnico de pesca aponta para um vazio entre o Governo e as comunidades piscatórias
05/02/25 - 03:48 pm

Assomada, 05 Fev (Inforpress) – O técnico de pesca defendeu hoje que no sector pesqueiro existe um vazio entre o Governo e as comunidades piscatórias, o que resulta numa falta de “animação” e faz com que essas comunidades se sintam abandonadas.

Paulo Varela manifestou essa sua visão em declarações à imprensa, na localidade piscatória de Ribeira da Barca, no âmbito de um workshop sobre a gestão pesqueira, organizado pela Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, enquadrado nas actividades de comemoração do Dia Nacional do Pescador, assinalado hoje, 05 de Fevereiro.

Segundo a mesma fonte, “os técnicos de pesca não estão actuantes na pesca” e esta falta de conexão acaba por criar um sentimento de abandono nos pescadores, peixeiras, armadores e outros envolvidos neste sector, por parte das autoridades governamentais.

Daí, diz ser necessário ter a presença de um ponto de ligação entre estes dois extremos, exemplificando com a ausência de um representante de pesca em Santiago Norte, ou seja, uma pessoa que visita as comunidades piscatórias da região e leva as preocupações até a administração do Estado para poder ter uma ligação permanente e, consequentemente, resultados no tempo útil.

Sobre o workshop em si, a mensagem que preocupou em passar aos pescadores foi essencialmente as partes dessa gestão, e o que cada um deve fazer, centralizando-se na comunidade e apresentando o Estado como promotor de medidas e leis para que o sistema funcione e as associações como as pontes entre o Estado e os beneficiários das medidas, neste caso, peixeiras, pescadores, armadores.

Paulo Varela, reforçou a necessidade de se levar sempre em conta a protecção do ambiente marinho e não só, relembrando que estes recursos são esgotáveis e é preciso uma gestão para que esta geração e outras gerações se beneficiem de tais recursos.

 

O técnico ainda falou sobre o acordo de pesca entre Cabo Verde e a União Europeia (UE) que, segundo o mesmo, já é hora de o país repensar tais acordos, elencando que existem vários estudos a nível da CEDEAO que recomendam uma paragem.

“É preciso repensar e tomar medidas para mitigar as consequências e assim fazer uma espécie de defeso para a pesca industrial no mar. O Mar precisa de descanso para se recuperar”, finalizou.

Por seu turno, o vereador responsável pela área das Pescas, Cláudio Barbosa, explicou que esta actividade sob o lema "os heróis do mar" é o “início” da valorização desta equipa camarária a essas pessoas, pelo contributo que têm dado a nível do município e a nível nacional.

Em relação à área marítima, sustentou que Ribeira da Barca, a localidade que acolheu os pescadores do município para assinalar este dia, tem dado várias contribuições em algumas situações de naufrágios apoiando nas buscas, mas também na protecção marítima.

E para este sector, a autarquia tem como foco, além da construção do cais de pesca nesta comunidade, cujo ministro do Mar já havia dado garantia de que já há financiamento, também pretende-se construir a casa do pescador, permitindo os pescadores guardarem os seus materiais de pesca, ter um espaço de convivência entre eles.

A vila piscatória de Ribeira da Barca recebeu as actividades de comemorações do Dia do Pescador Cabo-verdiano, reunindo pescadores desta comunidade e de Rincão, com actividades desportivas no mar, workshop, entre outras actividades.

Em Santiago Norte, os outros três municípios que têm a pesca como actividade económica, nomeadamente Tarrafal, São Miguel e Santa Cruz comemoraram o Dia Nacional do Pescador com várias actividades.

O Dia Nacional do Pescador está instituído por resolução do Conselho de Ministros desde 24 de Fevereiro de 2003.

MC/ZS

Inforpress/Fim

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