São Filipe, 23 Mai (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo admitiu hoje a possibilidade de accionar o Serviço Nacional da Protecção Civil e Bombeiros e as Forças Armadas (FA) se a situação se mantiver até à noite.
Manuel Teixeira, que estava numa equipa que está no terreno a combater o incêndio que deflagrou, quinta-feira, em Cova Matinho, disse que se a situação não apresentar melhorias até ao final do dia de hoje poderá ser solicitado apoio da Protecção Civil e das FA para reforçar os trabalhos de combate às chamas.
“Esperamos até o fim do dia para ver a forma como o incêndio está a evoluir. Se até à noite a situação continuar fora do nosso alcance, vamos accionar os apoios que estão à nossa disposição”, afirmou Manuel Teixeira, que sublinhou que as equipas no terreno têm feito todos os esforços possíveis, mas enfrentam limitações técnicas, especialmente durante a noite.
Um dos principais entraves identificados é a falta de equipamento adequado para operações noturnas e, segundo o edil, “os bombeiros de Santa Catarina não dispõem de lanternas ou equipamentos específicos para atuação à noite”, o que dificulta imensamente a resposta e acrescentou que apenas os bombeiros dos Mosteiros têm equipamentos mínimos para estas condições.
A situação evidenciou fragilidades estruturais que, segundo Manuel Teixeira, devem ser corrigidas com urgência.
“Desde o primeiro dia do incêndio identificamos várias deficiências. Após o incêndio, vamos reunir com a Protecção Civil e a Polícia Nacional para definir uma estratégia conjunta”, advogou o edil de Santa Catarina, que propõe a criação de um regulamento mais severo para sancionar queimadas ilegais e garantir maior controlo sobre as actividades nos campos de cultivo.
O presidente da câmara indicou ainda que está em estudo a possibilidade de implementar medidas como a proibição de queimadas sem autorização prévia e a cobrança de uma taxa de limpeza de terrenos, como forma de prevenir novos focos de incêndio.
“O infortúnio é sempre um teste. É neste momento que percebemos como estamos preparados e onde precisamos melhorar. Vamos trabalhar não apenas para combater este incêndio, mas para evitar futuras ocorrências e proteger as comunidades locais”, concluiu.
O incêndio já afectou áreas de cultivo e vegetação, e as autoridades continuam mobilizadas no terreno, aguardando as próximas horas para decidir se será necessário accionar reforços nacionais.
JR/CP
Inforpress/Fim
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