Ribeira Grande, 20 Out (Inforpress) - O delegado do Ministério do Ambiente e Agricultura na Ribeira Grande, Santo Antão, alertou hoje para um cenário agrícola “preocupante”, prevendo um ano “difícil” devido à escassez de chuva registada até ao momento, sobretudo nas zonas áridas do concelho.
“Podemos afirmar que o ano agrícola é mau, porque no mês de Outubro praticamente não choveu. A precipitação acumulada, neste momento, está no máximo de 17 milímetros em alguns locais. O ano agrícola, com toda a certeza, será mau e não temos grandes esperanças de chuva neste mês”, afirmou Orlando Jesus Delgado.
Em declarações à Inforpress, ele afirmou que a situação varia consoante as zonas climáticas do concelho, sendo que nas zonas áridas o ano é “muito mau ou muito fraco”.
“Nas zonas sub-húmidas, é mau ou fraco. E nas zonas húmidas, pode ser razoável, dependendo de alguma chuva que ainda possa cair, embora já esteja um pouco tarde”, explicou.
Aquele responsável lembrou que, no ano passado, nesta mesma altura já havia chovido mais, sobretudo nos meses de Agosto e Setembro.
Segundo a mesma fonte, este atraso, aliado à pouca precipitação, está a ter impacto directo nas sementeiras e pastagens.
Orlando Delgado disse que a escassez de chuva foi agravada por outros factores que fragilizam a campanha agrícola.
“Um deles é a mão-de-obra, que no início da campanha tornou-se mais cara, com menos horas de trabalho. Além disso, há dificuldades em encontrar trabalhadores”, referiu.
As pragas agrícolas também marcaram o ano.
“Há cerca de dois meses, todos os dias subimos ao Planalto Leste, que é a zona mais atacada pelos gafanhotos. Felizmente conseguimos fazer um bom combate”, adiantou.
Outro constrangimento, segundo a mesma fonte, foi o lagarto do cartucho-do-milho.
“Tivemos dificuldades na produção de tricogramas porque não encontrámos levedura de cerveja a nível nacional, o que afectou o controlo da praga. Ainda assim, continuámos a produzir e enviámos também para outros concelhos”, destacou.
Apesar dos esforços no combate às pragas e no lançamento de sementes de pastagem em zonas estratégicas, Orlando Delgado não escondeu o pessimismo sobre a situação que “não é fácil”.
“Acredito que este ano agrícola será mau”, salientou.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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