Retrospectiva/Saúde: Publicação do PCFR dos técnicos da saúde e paludismo marcam 2025

Cidade da Praia, 28 Dez (Inforpress) – No ano em que o número de casos de paludismo aumentou no país, como um sinal de retrocesso, o sector, com a pressão dos sindicatos, viu-se obrigado a cumprir com os compromissos assumidos para evitar a greve.

Neste processo, após as negociações e ameaças do dos sindicatos em promover greve geral à 17 de Dezembro, o Governo viu-se obrigado a publicar no Boletim Oficial a lista definitiva Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) negociada, impedindo assim a greve.

No sector a Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), ficou claro, após os resultados do II Inquérito Global sobre o Tabagismo, que a fiscalização constitui o “grande desafio” para o controlo eficaz do tabaco e do álcool.

A avaliação reflete os resultados do inquérito que revela que 10,5 por cento (%) dos jovens, da idade entre 13 a 15 anos, consome qualquer produto do tabaco, que 6,6% fazem consumo dos cigarros eletrónicos e 13,8% dos inquiridos estão expostos ao fumo passivo.

Neste ano, a directora Nacional da Saúde, Ângela Gomes, que considerou a actualização da Política Nacional de Saúde (PNS) 2025/2035 como “bastante inovadora”, anunciou também a realização dos primeiros transplantes renais no primeiro trimestre de 2026.

Ainda este ano, especialistas e representantes nacionais e internacionais de saúde reuniram-se, na cidade da Praia, em congresso para discutir melhorias na legislação e no acesso aos cuidados de saúde mental.

O país em 2025 figurou entre os que alcançaram os primeiros marcos da estratégia para o fim da tuberculose, entre 2020 e 2024, com reduções significativas na incidência e mortalidade da doença, segundo o Relatório Global da Tuberculose 2025.

Na luta contra o cancro, a Associação Cabo-verdiana de Luta Contra o Cancro chamou a atenção das autoridades para uma “maior urgência” na implementação da radioterapia.

A CCS/Sida contabilizou, no primeiro trimestre deste ano, 172 novos casos de infecção por HIV, continuando a cidade da Praia a ser o município com maior prevalência.

Dados do IDSR 2024 estimam a existência de 3.811 pessoas que vivem com HIV-Sida em Cabo Verde.

Numa visita aos municípios e às ilhas para se inteirar da situação do sector, o ministro Jorge Figueiredo fez balanço positivo, apontando algumas situações que exigem “abordagem urgente e coordenada” e desafios com o crescimento do uso de drogas, doenças crónicas não transmissíveis e o combate ao paludismo.

Em 2025, Evandro Monteiro foi empossado como novo presidente do conselho de administração do Hospital Universitário Dr. Agostinho Neto, tendo prometido dar passos importantes para a melhoria no atendimento e diagnóstico.

A Ordem dos Psicólogos de Cabo Verde (OPCV) alertou para a “crescente actuação ilegal de falsos profissionais” da saúde mental, e advertiu que caso essas situações persistirem, medidas judiciais deverão ser tomadas.

Na área da cooperação, o Governo anunciou para o sector da saúde o acordo de financiamento celebrado com o Reino da Bélgica, que prevê a concessão de até 12 milhões de euros destinados à fase II do Projecto de Melhoria da Resiliência dos Cuidados de Saúde, para além da rubrica de protocolos com outros países.

PC/AA

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