Cidade da Praia, 22 Mar (Inforpress) – A responsável do Laboratório de Tratamento de Água (ETAR) da Águas de Santiago mostrou-se hoje preocupada com a quantidade de resíduos que tem sido colocada na rede de esgoto e alertou a população que essa prática danifica os equipamentos.
Maria Alice Leal fez estas considerações à imprensa, à margem de uma visita dos alunos da Escola Secundária Pedro Gomes, ao Laboratório de Tratamento de Água da Águas de Santiago (ETAR), na cidade da Praia, no âmbito do Dia Mundial da Água que se assinala hoje.
“Neste momento, temos dois processos de tratamento das águas residuais: o primeiro iniciou-se em 2007, que é o tratamento de lagunagem, depois temos uma experiência piloto que foi instalado em 2018, que é um tratamento biológico, por membrana”, realçou, salientando que são tratados 50 metros cúbicos de água de água por dia.
Adiantou que brevemente será lançado um concurso para a reabilitação do ETAR e que este processo irá permitir que as águas tratadas sirvam para a prática de agricultura, lembrando que a água reutilizada serve no processo de rega de espaços verdes, lavagem de ruas, viaturas e na agricultura.
“Temos um projecto financiado e que já foi lançado o concurso e brevemente o ETAR de Palmarejo será reabilitado, o objectivo é a reutilização das águas para a agricultura. Antes não tínhamos um laboratório destinado somente para o tratamento da água residual, mas agora já dispomos desse laboratório para fornecermos água para os nossos agricultores”, indicou.
Questionada sobre os constrangimentos enfrentados no funcionamento do centro de tratamento, Maria Alice Leal disse que o maior constrangimento tem que ver com a má utilização da rede de esgoto por parte da população e que tem provocado algumas avarias nos equipamentos.
“Muitas vezes, a população não sabe como utilizar a rede de esgoto e colocam todo o tipo de lixo na rede de esgoto e por dia retiramos quase um contentor de lixo. Esses materiais que retiramos acabam por danificar a bomba e quando temos avaria nos nossos equipamentos teremos menor produção da agua”, lembrou.
A responsável da ETAR apelou, por outro lado, a população a não só utilizar de maneira correcta a referida rede, como também a usufruir dela “sem medo” isto porque, salientou, muitas pessoas ainda não se adaptaram à rede e deitam muita água nas ruas.
Quanto ao mau cheiro que muitas vezes se faz sentir na zona de Kebra Canela disse que, provavelmente, este problema será resolvido com a execução de um projecto que permitirá aumentar o caudal e diminuir o mau cheiro.
O ETAR do Palmarejo foi inaugurado em 2017, financiado pelo Fundo Ambiental e pelo Instituto Camões. Foi criado para servir para tratar parte dos efluentes da zona, nomeadamente resíduos líquidos provenientes de esgotos, indústrias e redes pluviais.
CM/CP
Inforpress/Fim
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