Rei realça a “dinâmica positiva” da questão marroquina do Saara ocidental  e o apoio internacional à autonomia

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Rei realça a “dinâmica positiva” da questão marroquina do Saara ocidental  e o apoio internacional à autonomia
14/10/24 - 10:52 pm

Cidade da Praia, 14 Out. (Inforpress) – O rei Mohammed VI de Marrocos enalteceu hoje, durante a abertura da 1ª sessão do 4º ano legislativo da 11ª Legislatura, a dinâmica de mudança que a questão  do Saara ocidental está a sofrer a nível interno e externo.

O monarca considerou que “esta dinâmica diz respeito a todos os aspectos da questão do Saara ocidental, nomeadamente socioeconómicos, culturais e de desenvolvimento, fazendo do território um eixo de comunicação e de intercâmbio entre o Reino e a sua profundidade africana”.

De acordo com informações avançadas à Inforpress pelo chefe da missão diplomática marroquina em Cabo Verde, Hass Zar, no seu discurso o rei Mohammed V sublinhou igualmente a abordagem inovadora que defende em matéria de

integridade territorial.

“Baseia-se em três fundamentos, nomeadamente a passagem de uma fase de gestão para uma fase de mudança e da reação para a iniciativa, bem como a adoção de firmeza e proactividade”, lê-se na missiva.

O rei Mohammed VI, ainda segundo a fonte, mostrou o caminho a seguir para o apoio universal à integridade territorial de Marrocos, utilizando a persuasão com argumentos políticos, jurídicos, espirituais e históricos que provam a justeza da causa marroquina.

A este respeito, recordou as posições de apoio a Marrocos expressas pelos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Também presente na cerimónia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von des Leyen, por sua vez, sublinhou, em particular, o apoio manifestado pela França à soberania de Marrocos sobre Saara, recordando igualmente as decisões tomadas a este respeito pelos Estados Unidos e, em especial, pela Espanha.

Salientou igualmente o apoio declarado de outros países da Europa, do mundo árabe, da África e da América Latina, bem como da Ásia, aos esforços de Marrocos para promover a prosperidade e a paz na região.

“Com efeito, esta dinâmica internacional diz respeito a todos os continentes e a todas as regiões de cada continente, designadamente Europa do Sul, Europa Nórdica, Europa Ocidental, Europa Central e Oriental, mundo árabe (com exceção da Argélia), África Ocidental, Oriental, Central e Austral, América do Norte e do Sul e Ásia”, refere a missiva.

“Actualmente, os resultados desta abordagem real são visíveis: a erosão da entidade separatista continua na cena internacional: 164 dos 193 Estados membros da ONU não a reconhecem, ou seja, 85% da comunidade internacional não a reconhece” , escreve o documento.

“Mais de 112 países em todo o mundo apoiam a iniciativa de autonomia sob soberania marroquina, incluindo quase ¾ dos países africanos. Na Europa, o apoio à iniciativa de autonomia tem-se alargado nos últimos anos, incluindo a maioria dos Estados-Membros da UE. 28 países e uma organização regional (OECS) abriram consulados gerais em Laayoune e Dakhla, manifestando o seu apoio à soberania marroquina”, escreve.

O Sara marroquino está no centro das iniciativas estratégicas continentais lançadas por Sua Majestade o Rei: o gasoduto Marrocos-Nigéria, o processo dos Estados Africanos Atlânticos e a iniciativa Real para favorecer o acesso dos países do Sahel ao Oceano Atlântico.

O território, ex-colónia espanhola, é considerado um "território não autónomo" pela ONU na ausência de um acordo definitivo, face ao impasse de décadas nas negociações entre Marrocos e a Frente Polisário, movimento de libertação que luta pela independência do Saara Ocidental, apoiada pela Argélia.


Marrocos, que controla cerca de 80% do território do Saara Ocidental, defende um plano de autonomia sob a sua soberania, enquanto o movimento Polisário exige um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU tal como ficou determinado numa resolução das Nações Unidas em 1991.
SR/JMV
Inforpress/Fim

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