Cidade da Praia, 18 Mar (Inforpress) – O presidente da RECADDH afirmou hoje que a referida organização quer reforçar a sua capacidade de respostas e de influência junto dos poderes públicos para fazer face aos desafios em matéria dos direitos humanos em Cabo Verde.
Felisberto Moreira fez estas declarações à Inforpress, à margem de um encontro com a delegação da Rede dos Defensores dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau (RDDH) que está de visita a Cabo Verde para o reforço das parcerias e fortalecimento dos laços.
Adiantou que a prioridade das prioridades para 2024 será apostar fortemente no reforço e mobilização de mais membros visando aumentar a capacidade de influência da RECADDH com foco na resolução de um conjunto de problemas que ainda persistem na sociedade cabo-verdiana.
“No quadro de um plano estratégico que nós queremos elaborar, com uma visão de médio e longo prazo, é trabalhar para mobilizar toda a sociedade civil, criar pontos, núcleos locais de defensores de direitos humanos para que de uma forma articulada possamos fazer um trabalho, digamos, planeado de defesa e protecção dos direitos humanos”, declarou.
Felisberto Moreira reconheceu que Cabo Verde enfrenta ainda vários desafios em matéria dos direitos humanos com destaque para a questão do desconhecimento daquilo que são os direitos dos defensores e dos direitos humanos.
“Entretanto, para além disso, nós constatamos que há alguma situação de medo. Muitas vezes as pessoas e os defensores não se sentem totalmente à vontade para expressar, para manifestar a sua posição em relação a determinados aspectos”, acrescentou, apontando as dificuldades das mulheres defensoras dos direitos humanos, também enfrentadas, nomeadamente no que diz respeito à VBG.
A mesma fonte indicou ainda a questão da liberdade de imprensa e a necessidade de clarificar alguns aspectos relacionados ao assunto e a questão da necessidade da melhoria das capacidades de intervenção, de elaboração de relatórios da comissão internacional criada recentemente.
“Nós insistimos que há necessidade de reforçar cada vez mais as capacidades dessa comissão para poder elaborar os relatórios em atraso e submetê-los para que Cabo Verde deixe de ter esses atrasos a nível da apresentação dos relatórios. Portanto, de uma forma geral, são esses os desafios, mas há vários outros que não dá para mencionar todos aqui”, frisou.
Destacou as acções que a RECADDH tem desenvolvido na defesa e protecção dos direitos dos defensores dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, afiançando que a mesma pretende desenvolver projectos que permitam mobilizar recursos para participar na resolução de um conjunto de desafios que o País enfrenta neste contexto.
A Rede Cabo-verdiana dos Defensores dos Direitos Humanos (RECADDH) foi oficializada em Agosto de 2022 e projectada para zelar pela defesa e protecção dos direitos dos defensores dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.
A referida rede é constituída por um grupo de cidadãos cabo-verdianos, activistas sociais dos direitos humanos, enquanto membros e representantes das organizações da sociedade civil e parceiros regionais.
CM/ZS
Inforpress/Fim
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