Lisboa, 11 Fev (Inforpress) – A empresa cabo-verdiana de desenvolvimento de software Sintaxy, presente em vários países do mundo quer, através da sua forma de trabalho, “impactar e melhorar as condições de vida” dos jovens, apostando no modelo da economia circular.
Em declarações à Inforpress, em Lisboa, o co-founder Elson Vaz, explicou que para além de Cabo Verde, a empresa, com mais de dez anos no mercado, já prestou serviços nos Estados Unidos da América, Portugal, Reino Unido, Chile, Nigéria, Costa de Marfim e Angola e que agora estou a iniciar em São Tomé e Príncipes.
Com sede em Cabo Verde e presença física em Portugal, Elson Vaz que falou com a Inforpress de regresso de Cabo Verde onde a Academia Sintaxe venceu o prémio de Melhor Projeto de Inclusão Digital, na I edição dos Digital Awards Cabo Verde, está a caminho de São Tomé e Príncipe onde a empresa vai instalar uma academia para formar jovens programadores (‘developers’).
“Os investimentos que fazemos para formar um ‘developers’ na academia, no primeiro ano conseguimos recuperar.
Aqui entra a economia circular, porque pagamos jovens para formar na nossa academia, a seguir passam pela Sintaxy para ganhar maturidade e depois trabalham em mercados internacionais através da ‘Afrikan Coders’, onde conseguimos recuperar o investimento para apostar em outros jovens”, explicou.
Conforme ele, a empresa tem uma visão social, mas também capitalista, porque o obectivo não é assistencialista, mas sim “impactar e melhorar as condições de vida das pessoas e dos jovens”, por isso, apostam muito em formar jovens em situação de risco e de vulnerabilidade, mostrando para qualquer país que esse modelo funciona.
A Academia da Sintaxy já teve a primeira turma de 20 jovens em Cabo Verde onde conseguiu ter mais de 60 por cento (%) de aproveitamento dos jovens, em Angola e agora em São Tomé e Príncipe onde estão a preparar-se para assinar com o governo um memorando de entendimento.
Segundo Elson Vaz, a aposta tem sido muito em Cabo Verde e nos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), pela facilidade da língua e aproximação histórica, mas o propósito é chegar a outros países e, a partir de Cabo Verde e África, prestar serviço aos países europeus e americanos, proporcionado um impacto económico e social onde a empresa e a academia estão inseridas, driblando o desemprego jovem e fortalecer o país.
“O Relatório do Banco Mundial de 2023 diz que África tem 0.6 mil milhões de jovens, entre 15 a 25 anos que estão prontos para absorver conhecimento e transformar o continente, mas neste momento não têm garantia de empregabilidade. Por outro lado, temos o ocidente com uma demanda na área de tecnologia e sistema de informação superior a 500 mil posto de trabalho”, revelou Elson.
Tendo em conta essa realidade do alto nível de desemprego na África e de excelente oportunidade de empregabilidade nos países ocidentais, que todo o ecossistema criado a volta do Sintaxy, quer ser esse canal e ferramenta para juntar os dois mundos.
Em Portugal, onde a Sintaxy tem a presença física, a visão é criar network e criar link para outros países do continente europeu e americano, apostando nos jovens que vieram para a Europa para regressarem para Cabo Verde, praticando salários praticados na Europa e que podem ser nómadas digitais a partir de Cabo Verde, descontando os impostos em Cabo Verde, o que acaba por ajudar o arquipélago a crescer.
Para além da Academia Sintaxy, Elson Vaz venceu o galardão do Founder do Ano na I Edição dos Digital Awards Cabo Verde na gala de 31 de Janeiro, na cidade da Praia, e para ele, os prémios trazem “motivação de continuar essa trajectória e reconhecimento de uma luta de um grupo de jovens guerreiros e audaciosos”, por isso querem mostrar aos outros que é possível e estão abertos a apoiar e criar parcerias.
“Neste momento queremos, em conjunto com outras academias em Cabo Verde, criar uma entidade única a nível nacional que abrange todos os pontos do país e criar uma academia forte e certificar em todas as tecnologias”, concluiu.
DR/AA
Inforpress/Fim
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