Jorge Neto é lembrado como ícone da música cabo-verdiana

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Jorge Neto é lembrado como ícone da música cabo-verdiana
20/02/25 - 03:41 pm

Cidade da Praia, 20 Fev (Inforpress) – Compositores e promotores reconhecem Jorge Neto como um ícone da música cabo-verdiana, destacando a sua carreira marcante e a importância de preservar a memória e energia única das performances deste artista que faleceu há cinco anos.

António Jorge Costa Neto, mais conhecido por Jorge Neto, morreu a 20 de Fevereiro de 2020 na sequência de um Acidente Vascular Cerebral que o vitimou no final de 2019, quando se preparava para viajar para Cabo Verde para um show de virada de ano, em São Vicente.

Em declarações à Inforpress, o compositor e professor de música Tó Tavares enalteceu o legado de Jorge Neto, destacando-o como um dos maiores ícones da música popular cabo-verdiana.

Sublinhou que além de Jorge Neto, vários outros músicos e compositores da sua geração têm sido “fundamentais” na afirmação e divulgação da música tradicional e folclórica de Cabo Verde.

Destacou ainda o papel de Jorge Neto como um dos maiores animadores do palco, responsável por levar a música cabo-verdiana a novos patamares.

Para Tó Tavares, é essencial criar espaços que permitam aos cabo-verdianos e aos turistas vivenciar de forma tangível as memórias e o legado de Jorge Neto, assim como de outras grandes referências da música de Cabo Verde.

O compositor Paulo Lobo partilha da mesma opinião, sublinhando a importância de Jorge Neto como um dos maiores artistas da música cabo-verdiana descrevendo-o como “um homem de palco impressionante”, pela performance energética que cativava e arrebatou o público em todas as suas apresentações.

No seu entender, a melhor forma de preservar a memória de Jorge Neto não se limita a estátuas ou homenagens pontuais, defendendo a promoção da educação musical nas escolas como a chave para garantir que o legado do artista perdura nas futuras gerações.

Defendeu ainda que é “fundamental” que as novas gerações conheçam a história da música cabo-verdiana, com ênfase nas figuras mais emblemáticas como Jorge Neto.

“Imagina se um mês por ano se falasse de um músico nas escolas, o nome dele ficaria na cabeça das crianças e elas levariam isso para casa. Isso é preservar o legado”, apontou.

Paulo Lobo lembrou ainda que a trajetória de Jorge Neto está intimamente ligada ao movimento musical dos anos 90 e 2000, especialmente na Holanda, onde grupos como Livity, Splash e Rabelados tiveram grande influência e marcaram uma geração.

Os entrevistados enfatizaram também que Jorge Neto foi uma fonte de grande inspiração para muitos jovens músicos da nova geração, que encontram no seu exemplo a força, a dedicação e a paixão necessárias para seguir uma carreira artística.

Além disso, sublinharam a importância de aprimorar as formas de preservar a memória do artista, criando iniciativas que assegurem que o seu legado não se perca com o tempo, garantindo que as futuras gerações possam conhecer e valorizar a sua contribuição para a música cabo-verdiana.

Falecido a 20 de Fevereiro de 2020, consideram que o legado deixado “continua vivo nas festas, comemorações e no coração dos fãs".

António Jorge Costa Neto, de seu nome próprio, nasceu em São Tomé e Príncipe, no dia 6 de Dezembro de 1964, e morreu aos 55 anos de idade. É filho de mãe cabo-verdiana, e pai santomense. Suas origens estão em Ponta do Sol, em Santo Antão.

Portugal e Holanda foram seus naturais espaços de residência ao longo da sua brilhante carreira como cantor.

Dono de uma voz inconfundível, sua carreira artística foi com o grupo Livity e a solo e gravou a célebre composição “Rosinha”, em 1987. Integrou o agrupamento Livity e conquistou fãs nas ilhas, na diáspora crioula e no mundo.

Em 2011 e 2012 foi galardoado na Gala dos Cabo Verde Music Awards como o Melhor Artista em Palco.

DV/AV//ZS

Inforpress/Fim

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