Falta de espaços verdes é o problema ambiental que mais afectou a população em 2024 - INE

Cidade da Praia, 14 Abr (Infopress) - A falta de espaços verdes é o problema ambiental que mais afectou a população cabo-verdiana maior de 14 anos nos seus bairros em 2024, revelaram os dados do Inquérito Multi-objectivo Contínuo (IMC-2024) publicados hoje.

Segundo o IMC-2024 realizado junto de uma amostra de 9.918 agregados familiares, divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), trata-se da opinião manifestada por 47,4 por cento (%) dos inquiridos.

Já 37,6% da população sentiu-se incomodada com a presença de animais vadios ou dos seus excrementos e 32,0% apontou que a poluição, pragas, espécies invasoras ou doenças provocadas por vectores (mosquitos e outros) constituem outros problemas ambientais.

No que tange à poluição sonora, incluindo o barulho, ruídos, vibrações, afectou 29,5% da população e a acumulação de lixo nas ruas, ribeiras, encostas, praias, foi motivo de preocupação por parte de 26,4% da população.

Em relação à utilização de bolsas ou sacos de plástico descartáveis e ou de utilização única, referiu a mesma fonte que mais de metade dos indivíduos de 15 anos ou mais (61%) declarou que as utilizaram sempre enquanto que 4% dos indivíduos disseram que nunca utilizaram, durante os últimos 12 meses.

Quanto à utilização da água, 61% da população de 15 anos ou mais afirmou que fecharam a torneira quando escovavam os dentes ou se ensaboavam. E 53% da população enfatizou que reutiliza a água para lavagem de roupas, frutas, legumes, entre outras coisas.

Na mesma linha, 32% dos inquiridos afirmaram que repararam ou mandaram reparar as instalações de água e 24% substituíram os equipamentos que tinham por outros de baixo consumo de água, nos últimos 12 meses antes da realização deste inquérito.

Segundo o IMC – 2024, a percentagem da população de 15 anos ou mais em Cabo Verde que já ouviu falar nas mudanças climáticas foi de 68%.

A grande maioria da população de 15 anos ou mais (85%) sentiu-se preocupada com as mudanças climáticas e os seus impactos, enquanto 9% não se sentiu preocupada e 6% sentiu-se indiferente, diz o inquérito.

No entanto, 75% da população de 15 anos ou mais considerou que as mudanças climáticas ameaçavam ou ameaçam o bem-estar do seu agregado familiar, enquanto 20% não a consideraram como uma ameaça e 5% sentiu-se indiferente.

Para 30% da população de 15 anos ou mais, o principal responsável pelo combate às mudanças climáticas são as pessoas singulares. Depois vem as organizações internacionais com 23%, os países desenvolvidos com 20%, o Governo com 13% e outros com 9%.

É de referir que 67% da população de 15 anos ou mais pensou que as acções tomadas pelo Governo para combater o impacto das mudanças climáticas foram insuficientes para fazer face aos impactos nas pessoas e nas localidades. Por outro lado, 28% das pessoas pensaram que as ações tomadas foram boas e suficientes.

Os dados apontam ainda que mais de três quartos da população de 15 anos ou mais, considerou que o local onde residia esteve mais quente no último ano em comparação aos últimos 5 anos.

Entretanto, 11% acham que a temperatura não mudou e 11% consideram que esteve menos quente. Em relação à chuva, somente 14% da população de 15 anos ou mais considerou que o local onde residia foi mais chuvoso no último ano em comparação aos últimos 5 anos. 

Em contraste, 73% acham que o último ano foi menos chuvoso e 12% que nada mudou nos últimos 5 anos.

O Inquérito Multi-objectivo Contínuo (IMC) é uma operação estatística de recolha de dados junto dos agregados familiares, que integra, de forma harmoniosa, um conjunto de módulos, tendo como base o módulo mercado de trabalho visando melhorar a cobertura e a qualidade da produção estatística, realizar um inquérito ao ambiente e às mudanças climáticas.

O IMC realizado no 2º Trimestre de 2024 integrou os seguintes módulos: Características do Alojamento e do Agregado, Desastres e Eventos Climáticos Extremos; Caraterísticas Sociodemográficas, Educação; Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC),  Mercado  de Trabalho, Outras Formas de Trabalho e Ambiente e Clima.

DG/ZS

Inforpress/Fim