“Este é o pior momento para assinar qualquer que seja o acordo com a NATO”- líder do PAICV

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“Este é o pior momento para assinar qualquer que seja o acordo com a NATO”- líder do PAICV
06/02/25 - 03:40 pm

Cidade da Praia, 06 Jan (Inforpress) – O presidente do PAICV (oposição), Rui Semedo, considerou hoje que este é o “pior momento” para Cabo Verde assinar qualquer que seja o acordo com a NATO, por estar envolvida em um conjunto de conflitos, neste momento.

O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) falava em conferência de imprensa para pronunciar sobre as questões ligadas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) após a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros no programa Café Central da Rádio de Cabo Verde, a confirmar que se tratava de um problema de interpretação por parte do PAICV, da eventual aproximação e integração de Cabo Verde na NATO.

Rui Semedo disse ainda que a integração de Cabo Verde na NATO está “fora de questão”, porque a Constituição não o permite.

O presidente do maior partido da oposição afirmou ainda que, neste momento o mundo está a discutir um conjunto de questões geoestratégicas e que Cabo Verde deve fazer uma reflexão profunda, a nível nacional, incluindo a sociedade, os actores políticos, para que todos consensualizem uma posição sobre o que se quer e quais os caminhos a seguir.

Clarificou que a NATO é uma instituição militar voltada para a defesa dos seus países membros e que as questões ligadas ao tráfico, criminalidade, as questões ambientais e a segurança marítima não é uma questão da NATO, mas sim, uma questão dos países da soberania.

“Faz sentido termos a aproximação com os países do nosso espaço atlântico e ter cooperação bilateral entre nós e os outros países que poderão ter incidência na defesa e segurança nacional”, defendeu este político, afirmando que na Constituição de Cabo Verde “não há lugar” para que outros países sejam porta-vozes com relação a questões que têm a ver com a soberania deste país.

“Nós é que devemos ser os verdadeiros porta-vozes ou o verdadeiro porta-voz das questões que têm a ver com a nossa soberania. 

"Quando há a segurança cooperativa, que é a segurança que envolve outros países, a soberania é exercida pelo país que acolhe o exercício das operações que têm a ver com a segurança dos nossos mares ou território marítimo”, reforçou.

Neste quesito, o presidente do PAICV considerou que Cabo Verde pode ter acordos bilaterais para tratar determinadas questões que têm a ver com a segurança dessa região, mas sempre acautelando os interesses e valores, como a paz, estabilidade e boa vizinhança, mas também o valor da soberania do país.

Nesse aspecto, ressaltou que Cabo Verde não deve ir para além do que está estabelecido na Constituição e dos que conformam a identidade e interesses específicos deste país.

Para o PAICV, Cabo Verde, para qualquer posicionamento, deve ter em conta o contexto que se vive hoje no mundo. Um contexto de instabilidade, de guerra e um contexto em que o mundo deixou de ser aquele mundo unipolar.

DG/ZS

Inforpress/Fim

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