Cidade da Praia, 09 Abr (Inforpress) – O primeiro-ministro defendeu hoje o posicionamento geoestratégico de Cabo Verde no Atlântico Médio, destacando a importância da democracia, da identidade nacional e da diáspora, enquanto âncoras fundamentais para o desenvolvimento económico, político e de segurança do país.
Ulisses Correia e Silva falava na abertura da conferência sobre “Globalização e a (In)Segurança: Novas Respostas a Novas Ameaças e as Incertezas”, promovida pelo Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (ISCJS), no âmbito do primeiro curso de Pós-Graduação em Direito da Segurança.
Segundo o primeiro-ministro, o mundo vive um momento de grandes desafios e instabilidades com a guerra na Ucrânia, a crescente tensão no Médio Oriente, a guerra de tarifas, a fragilização do sistema das Nações Unidas enquanto garante do multilateralismo, bem como o avanço do populismo e do extremismo numa era marcada pelo digital e pela inteligência artificial.
"A nossa localização é a necessidade de um país pequeno ter âncoras, quer para a economia, quer para a segurança. Por isso, nós definimos desde cedo que o centro do nosso interesse, enquanto país, está no Atlântico Médio e nessa ligação e esse triângulo entre as Américas, a África e a Europa", afirmou o chefe do Governo.
“Nós temos uma história, temos uma identidade, temos relações económicas intensas com a Europa, quer investimentos, quer turismo, quer parceria para o desenvolvimento, a diáspora não deixa de ser um factor importante das nossas opções, estão localizadas essencialmente dos Estados Unidos, Europa e continente africano”, apontou.
Na base dessas opções, reforçou que Cabo Verde deve manter e aprofundar a sua posição de distinção do conceito das nações pela democracia e lutar pela sua democracia.
Ulisses Correia e Silva destacou ainda que Cabo Verde é reconhecido internacionalmente pela sua boa governança, credibilidade, reputação, previsibilidade e confiança nas relações com os seus parceiros e investidores.
O país mantém uma parceria especial com a União Europeia e integra a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, juntamente com países como Angola, Argentina, Brasil, Gâmbia, Guiné-Bissau e Guiné-Conacri.
Além disso, Cabo Verde alberga a sede da coordenação marítima da zona G, uma estrutura multidimensional que visa prevenir e combater a criminalidade e insegurança marítima, promovendo simultaneamente o comércio entre os países da região.
“Temos uma opção muito clara da parceria com a NATO e está estabelecido no Conselho Estratégico de Defesa Nacional, relativamente à segurança marítima, na perspectiva de um país pequeno e localizado onde estamos, tudo aquilo que é a nossa configuração e tendo em conta tudo aquilo que são as ameaças reais”, disse.
Ulisses Correia e Silva concluiu afirmando que as decisões estratégicas que Cabo Verde toma hoje não se destinam apenas a responder aos desafios imediatos, mas sim garantir um país seguro, estável e preparado para as próximas gerações.
AV/JMV
Inforpress/Fim
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