Mindelo, 11 Mar (Inforpress) – O montante destinado aos protocolos entre o Ministério do Ambiente e as 20 organizações da sociedade civil que trabalham na conservação da natureza, rubricado em 2024, com “ganhos consideráveis”, registou este ano um aumento de cinco mil contos.
A informação foi avançada hoje, no Mindelo, pelo ministro do Ambiente, Gilberto Silva, na abertura da segunda reunião entre o ministério que tutela e organizações da sociedade civil que trabalham com a conservação ambiental em Cabo Verde, protocolo, no conjunto, que passou de 19 mil contos para 24 mil contos.
Aliás, como referiu o ministro, os acordos de parceria celebrados no quadro da relação entre o Governo e as ONG tem como objectivo central integrar os esforços para a conservação da biodiversidade e os ecossistemas “no seu sentido mais amplo”, a conservação específica e, sobretudo, as espécies ameaçadas, e a promoção das práticas ambientalmente sustentáveis.
“Houve ganhos, houve cumprimentos, e, sobre a protecção das espécies ameaçadas, como tartarugas marinhas, aves costeiras e a flora endémica, tivemos uma implementação superior a 75%, em termos globais, e implementamos praticamente 100% das actividades, e a criação de mais de 200 empregos directos e indirectos, um bom ganho”, reforçou Gilberto Silva.
Contudo, assinalou, há ainda desafios, a começar por atrasos no desembolso de verbas, com impacto na execução de actividade, mas assinalou como o maior de todos os desafios a necessidade de se iniciar ainda este ano o processo de contratos de cogestão das unidades de conservação, em que, para além das ONG, podem concorrer também as empresas.
O porta-voz das 20 organizações da sociedade civil presentes na reunião, e que trabalham com a conservação ambiental em Cabo Verde, Leno dos Passos, reiterou, por seu lado, que acordos do género são “uma prova clara da crença”, tanto do Ministério do Ambiente como das ONG, de que só trabalhando juntos pode-se alcançar o objectivo almejado a nível da conservação ambiental em Cabo Verde e do desenvolvimento sustentável.
A mesma fonte assinalou que as ONG assumiram o compromisso de trabalhar para honrar o protocolo do ano passado, e que a promessa foi cumprida.
“Desde a implementação das actividades no terreno, com a monitorização da flora endémica na ilha Brava até a monitorização das tartarugas marinhas na ilha de Santo Antão, mas também a nível da boa governança e da transparência”, indicou.
Para o futuro, Leno dos Passo disse que as ONG clamam por “um passo à frente”, sendo este o momento de o objecto dos próximos acordos passar para a cogestão das áreas protegidas, pois, vincou, as ONG a nível nacional “estão prontas e preparadas” para assumir esta responsabilidade.
Ademais, continuou, com a renovação hoje dos contratos, pode-se alcançar o objectivo desejado por todos de transformar as áreas protegidas além de uma ferramenta de conservação, de ferramenta de combate à pobreza e de produção de economia nas comunidades locais.
“Estamos cientes das dificuldades que ainda temos pela frente, mas estamos convictos de que só trabalhando juntos é que podemos garantir um futuro sustentável para os ecossistemas e para a população de Cabo Verde”, finalizou.
AA/CP
Inforpress/Fim
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