Presidente da República “muito preocupado” com deportação em massa nos Estados Unidos

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Presidente da República “muito preocupado” com deportação em massa nos Estados Unidos
29/01/25 - 02:32 pm

Cidade da Praia, 29 Jan (Inforpress) – O Presidente da República manifestou-se hoje “muito preocupado” com o aumento das restrições à imigração nos Estados Unidos e no mundo desenvolvido, apelando à criação de melhores condições para apoiar os imigrantes e garantir um acolhimento digno aos deportados.

José Maria Neves manifestou essa inquietação após ser questionado pelos jornalistas sobre as novas medidas de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump, que concedeu poder a agentes de imigração para também “deportar rapidamente” imigrantes beneficiados por programas de asilo do Governo anterior.

“Estou muito preocupado com o que está a acontecer no mundo em relação às migrações, não só nos Estados Unidos, mas no mundo desenvolvido, há cada vez mais restrições”, disse o chefe de Estado à margem da abertura das Jornadas Científico-Culturais “O Património da Cidade Velha e a Identidade Nacional” que decorreu na Cidade Velha.

José Maria Neves apontou que as crescentes restrições à imigração, particularmente nos Estados Unidos da América e no mundo desenvolvido, representam um desafio para países como Cabo Verde enquanto país de imigrantes.

Defendeu que Cabo Verde deve reforçar o apoio aos seus emigrantes na defesa dos seus direitos e, ao mesmo tempo, garantir um acolhimento digno para os deportados.

O Presidente da República sublinhou ainda a importância de se reflectir internamente sobre esta questão e encontrar soluções sustentáveis.

Na mesma linha, enfatizou a necessidade de um esforço colectivo para o desenvolvimento de África, apelando à criação de melhores condições e oportunidades nos países de origem.

“Não podemos continuar indefinidamente a lamentar as posições dos países mais ricos e as posições muitas vezes mais egoístas, menos solidárias dos países mais ricos”, apontou.

José Maria Neves sublinhou ainda que Cabo Verde, enquanto nação de emigrantes, deve trabalhar para criar oportunidades que reduzam a necessidade de emigração forçada, promovendo o desenvolvimento sustentável e melhores condições de vida para todos.

Na última terça-feira, o embaixador de Cabo Verde nos Estados Unidos disse desconhecer a lista de cabo-verdianos com ordem imediata de deportação dos EUA, mas garantiu que existem sim cabo-verdianos que já receberam decisão do tribunal.

O Governo, através do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV), que as medidas anunciadas pela nova administração quanto à deportação ilegal suscitam alguma preocupação por parte das autoridades, mas assegurou que o país está preparado para acolher os possíveis repatriados.

Segundo o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, na quinta-feira, 23, um total de 538 estrangeiros foi preso e 373 foram colocados sob detenção nas primeiras acções após decreto de Trump.

O republicano estabeleceu a meta de acelerar as deportações, chegando a um milhão por ano, considerado o dobro do máximo de deportações realizadas em um único ano nas últimas décadas, segundo dados do Departamento de Segurança dos Estados Unidos da América.

AV/CP

Inforpress/Fim

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