Cidade da Praia, Jan (Inforpress) – Moradores e visitantes da cidade da Praia expressaram hoje insatisfação com a rede Konekta, apontando a lentidão da Internet gratuita em praças públicas, o que dificulta o acesso a serviços essenciais ‘online’, como pesquisas e redes sociais.
Numa ronda pela cidade capital do país, os entrevistados da Inforpress destacaram que, embora a Internet gratuita seja uma iniciativa valiosa, é necessário investir na sua qualidade e cobertura para que possa, efectivamente, atender às necessidades da população, promovendo inclusão digital e melhorando o acesso a serviços essenciais.
Em declarações à Inforpress, Andreia Monteiro, residente na Praia, afirmou que raramente utiliza a rede Konekta na Praça Alexandre Albuquerque devido à sua lentidão, o que dificulta o acesso a páginas e redes sociais.
Apesar disso, destacou a importância da iniciativa, especialmente para aqueles que não podem pagar pela Internet.
“A rede Konekta é bastante importante principalmente no nosso país em que o custo da Internet é bastante elevado e nem todos conseguem lidar com esse gasto”, precisou.
Neste sentido, defendeu que é preciso melhorar a qualidade da Internet para beneficiar, sobretudo, os jovens estudantes, que dependem dela para os estudos.
Por outro lado, um turista alemão Manfred também criticou a qualidade da rede. “É muito lenta, apenas consigo enviar mensagens no WhatsApp. Carregar fotos ou vídeos é praticamente impossível”, lamentou.
Na Praça da Fazenda, a Inforpress constatou que não há disponibilidade da rede Konekta. Elcilene Varela, frequentadora do local, explicou que a única Internet disponível é privada, pertencendo ao estabelecimento da esplanada, por isso defende a instalação de uma rede gratuita no espaço.
“Esta praça é muito frequentada, especialmente por jovens. Uma rede gratuita seria importante não só para entretenimento, mas também para procurar emprego, como faço nas redes sociais”, afirmou.
No Palmarejo, na Praça Center, as queixas são semelhantes. Vanessa Cardoso, funcionária de uma loja no local, relatou que a rede raramente está disponível e, quando está, apresenta muita lentidão.
“A Konekta facilita a vida de muitas pessoas que visitam esta praça, mas a falta de qualidade precisa de ser resolvida urgentemente”, destacou.
Jaqueline Teixeira, outra frequentadora, reforçou o apelo. “Venho aqui semanalmente e nunca encontro a rede Konekta activa. Parece que já não está disponível”, lamentou.
Por seu turno, o director da infraestrutura, redes e comunicação de acesso do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSI), Celestino Gomes da Veiga, reconheceu que existem desafios na qualidade da Internet gratuita nas praças públicas, apontando limitações técnicas, vandalismo e custos elevados como principais entraves.
Criado em 2008, disse que o projecto Konekta evoluiu de um modelo restrito às praças públicas para abranger instituições e, mais recentemente, integrar aldeias sustentáveis e actualmente, conta com 88 praças digitais espalhadas por todas as ilhas e concelhos do país.
Segundo Gomes da Veiga, a lentidão da Internet deve-se, sobretudo, à elevada utilização. "Durante o dia, a banda disponível é limitada a 1 GB, quando mais utilizadores acedem simultaneamente, a capacidade é dividida, o que gera saturação de banda", explicou.
Acrescentou que cerca de quatro mil utilizadores conectam-se diariamente às praças Konekta, o que exige uma infra-estrutura robusta e um custo mensal significativo, dado o elevado preço da Internet no país.
Outro problema apontado é o vandalismo, que inclui roubo de equipamentos, desalinhamento de antenas e falta de energia nos centros comunitários, factores esses que comprometem o funcionamento das praças digitais, um projecto de todos, que deve ser cuidado pela comunidade.
Para assegurar a segurança e produtividade do acesso, o projecto aplica restrições a conteúdos inapropriados, como pornografia e sites maliciosos, permitindo apenas conteúdos produtivos e redes sociais.
O responsável reforçou ainda a necessidade de parcerias com os operadores de telecomunicações para reduzir custos e melhorar a capacidade da Internet nas praças.
"Este é um esforço conjunto para garantir que as praças continuem a beneficiar a população, promovendo inclusão digital e acesso à informação", concluiu.
CT/AV//CP
Inforpress/Fim
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