Primeiro-ministro defende um “memorial a sério” às vitimas do Desastre de Assistência (c/áudio)

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Primeiro-ministro defende um “memorial a sério” às vitimas do Desastre de Assistência (c/áudio)
10/08/25 - 01:05 pm

Cidade da Praia, 10 Ago (Inforpress) – O primeiro-ministro defende que deve ser erguido um "memorial a sério" em homenagem às vítimas do Desastre de Assistência de 1949, que ceifou a vida a centenas de pessoas, quando aguardavam por uma única refeição quente do dia.

“Estou a falar de memorial, mas memorial a sério”, vincou Ulisses Correia e Silva, para quem o actual na rotunda da rampa do Cais São Januário na rampa do Cais São Januário “passa despercebido porque não tem a dimensão que deveria ter para chamar a atenção das pessoas relativamente àquilo que foi a ocorrência [Desastre de Assistência]”.

O chefe do Governo fez estas considerações em declaração à Inforpress, ao ser abordado sobre esta efeméride que, segundo algumas figuras do País, devia ser assinalada com actos oficiais.

Instado se esta data não merecia ser assinalada com uma sessão solene no Parlamento, Correia e Silva disse que não comunga desta ideia, porque, justificou, a Assembleia Nacional tem a sua “configuração própria”, ou seja, momentos de “intervenção mais política”.

“Falta talvez um memorial que possa contar parte dessa história [Desastre de Assistência] e, assim, há sempre a possibilidade de, anualmente, se fazer algum acto relacionado com esse facto”, afirmou o chefe do governo.

Para o primeiro-ministro, o que aconteceu na década de 40, que culminou no Desastre de Assistência, foi muito grave.

“A geração mais jovem não tem a noção daquilo que foi não só a fome, mas também o número de pessoas que pereceram em situações dramáticas”, frisou, acrescentando que esta história deve ser contada e assinalada.

O Desastre de Assistência aconteceu no dia 20 de Fevereiro de 1949, quando um barracão ruiu na localidade da Várzea da Companhia, Praia, matando centenas de pessoas.

Durante as fomes que assolaram o arquipélago, milhares de cabo-verdianos nunca souberam onde é que os seus entes queridos foram enterrados. Muitos corpos apodreceram nas achadas, nos covões e nas furnas à beira mar.

LC/CP

Inforpress/Fim

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