Cidade da Praia, 25 Set (Inforpress) – O primeiro-ministro alertou, esta quarta-feira, nos EUA, que a próxima ronda de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) só cumprirá o Acordo de Paris (acção climática) se vier acompanhada de meios compatíveis com a urgência, especialmente, para a adaptação.
Ulisses Correia e Silva defendeu esta posição ao discursar no Evento de Alto Nível sobre Acção Climática, co-presidido pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres e o presidente do Brasil – “Pré-COP30”, Lula da Silva.
Recordou que a 11 de Agosto, Cabo Verde, particularmente a ilha de São Vicente, foi afectado por “chuvas torrenciais, cheias súbitas, provocando perdas de vidas humanas, deslocação de famílias, destruição de infra-estruturas e vários milhões de dólares de danos e prejuízos.
“São fenómenos meteorológicos extremos, cada vez mais frequentes, um alerta sobre a urgência de reforçar a resiliência e proteger vidas”, enfatizou.
O Chefe do Governo ressalvou que Cabo Verde, enquanto um dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla em inglês), está no grupo de países que produz pouca emissão de carbono, mas que sofre grandes impactos das mudanças climáticas.
“Como todos os SIDS, estamos na linha de frente na preparação da NDC 3.0, que será submetida até final de Outubro. O nosso compromisso é firme: alinhar-nos com 1.5°C, acelerar a transição justa e proteger as pessoas mais vulneráveis”, referiu, salientando que o país vai alinhar ambição com credibilidade, resultados e prestação de contas.
Neste capítulo, afiançou que foram definidas como prioridade “acelerar a transição energética” para que seja possível atingir a meta até 2030 mais de 50% de electricidade produzida através de energias renováveis de entre outras iniciativas.
Para Correia e Silva, o impacto é positivo na Balança de Pagamentos com a redução da importação de combustíveis fósseis, na redução da exposição a choques energéticos inflacionistas e, na redução da factura energética, bem como na redução da emissão do carbono.
“A transição energética não é uma questão ideológica, é uma necessidade, uma emergência. É prioridade, adaptação centrada nas pessoas e na ciência, a nível de segurança hídrica, sistemas agro-alimentares resilientes, protecção de zonas costeiras e ecossistemas marinhos, cidades adaptadas a eventos extremos, sistemas de saúde preparados para ondas de calor, sistemas de alerta precoce de âmbito nacional.
Anunciou, ainda, como prioridade, a integração do género, juventude, pessoas com deficiência e comunidades de pescadores e agricultores em processos participativos.
SR/HF
Inforpress/Fim
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