Mindelo, 17 Jul (Inforpress) - O presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) afirmou hoje que o estado social e económico de São Vicente continua estagnado com algumas simulações por parte da autarquia para enganar os incautos próximo das eleições.
João Luís falava em conferência de imprensa de balanço à visita de dois dias que efectuou à ilha de São Vicente, durante a qual esteve nos bairros de Vila Nova e Cruz de Papa, Monte Sossego- Alto de São João, Ribeirinha-Zona X e Pedra Rolada e encontrou-se com os Bombeiros municipais de São Vicente e os camionistas e ajudantes que fazem a extração de inertes na zona do Lazareto.
Segundo o político, daquilo que ele pôde ver, a ilha de São Vicente "precisa de um novo alento e de fôlego para fazer um upgrade (actualizar) o seu desenvolvimento” em várias áreas.
“Tivemos a oportunidade de visitar infra-estruturas desportivas, com destaque para o polivalente de Fonte Francês, que por descaso e inércia do presidente da câmara encontra-se completamente abandonado, não obstante o esforço da direcção do desportivo de Fonte Francês junto de outras entidades externas que querem financiar o projecto de requalificação”, criticou o político.
Conforme João Luís, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente “rejeita categoricamente” emitir uma carta de conforto para que seja desbloqueado o financiamento para a requalificação do polivalente.
Da mesma forma informou que “a obra do polidesportivo da zona norte, continua em banho-maria”, apesar de estar “há mais 16 anos em construção com custos que já ultrapassaram mais de 200 mil contos”.
“Sempre que a UCID solicita uma visita a esta obra municipal, a câmara faz arranjos e coloca o pessoal a trabalhar, simulando que a obra está em andamento, mas no fundo ela continua estagnada”, argumentou, acrescentando, igualmente, que os polivalentes do Calhau e do Madeiral continuam em péssimo estado de utilização e a obra onde funcionava o edifício do Registo Civil e que será o futuro edifício da assembleia municipal está estagnada.
Sobre a visita aos bairros João Luís disse que encontrou constrangimentos de vária ordem, porque constatou atrasos na legalização de terrenos, problemas de acesso às residências, de água e energia elétrica, fraca ou inexistente iluminação pública e falta de segurança das pessoas que vivem nesses bairros.
“A iluminação pública em São Vicente tem sido uma lástima com os contribuintes a pagar para ter os seus bairros iluminados que, no entanto, continuam às escuras colocando em causa, a cada dia que passa, a segurança das pessoas nos respectivos bairros”, exemplificou.
Segundo o líder dos democratas-cristãos, também a situação dos bombeiros municipais continua por resolver face “a má vontade política do presidente da Câmara Municipal de São Vicente”.
“Em 2018, a corporação tinha 17 efectivos. Hoje em 2024 tem oito efectivos mas somente seis é que fazem escalas, portanto só por estes números, vê-se o descalabro em termos de efectivos que se encontra esta corporação”, enumerou, citando ainda situações como “inexistência de concursos, falta de avaliação, número de bombeiros extremamente exíguo, inexistência de promoções, reajuste salarial aos bombeiros que precisam ser resolvidas de emergência”.
CD/CP
Inforpress/Fim
Partilhar