Cidade da Praia, 19 Fev (Inforpress) – O Presidente da República, que participou na 37ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana, defendeu um sistema de governação multinível em África e uma reforma para a União Africana.
Em declarações à RFI, em Adis-Abeba (Etiópia), José Maria Neves falou dos conflitos e das questões de segurança no continente e que marcaram a agenda dos líderes africanos, considerando que em diferentes regiões existe um esforço, com intervenção de mediadores, para resolver esses conflitos.
No caso da Líbia, salientou, o Presidente do Congo, Sassou Nguesso, está a trabalhar a questão, tendo apresentado um relatório que indica perspectivas de uma conciliação nacional entre as duas partes em conflito.
Referiu ainda sobre os problemas existentes entre a Etiópia e a Somália, a que adiantou haver esforços para diálogo, assinalando que o próprio primeiro-ministro da Etiópia se disponibilizou para se encontrar com o Presidente da Somália, procurando compromissos e solução para os problemas existentes entre os dois países.
Quanto aos conflitos que dominam a região Africana, José Maria Neves é de opinião que se deve fazer esforços no sentido de revalorizar, estrategicamente, a CEDEAO, apontando que talvez isso possa acontecer com a reforma da União Africana.
Como defensor da reforma da União Africana, o Presidente da República pede uma redistribuição do trabalho e estabelecimento de um sistema de governação multinível em África, com responsabilidades bem definidas, ao nível da União Africana, ao nível das organizações sub-regionais e dos Estados para se evitarem as sobreposições e as interpretações diferenciadas, relativamente aos problemas existentes.
“Claro que tudo isto deve ser feito em estreita articulação com os Estados, as organizações sub-regionais e a União Africana”, reforçou, sublinhando que as questões de segurança devem ficar com a União Africana e as organizações sub-regionais ocupar-se da integração económica.
Realçou que no caso da crise política do Senegal quem deve acompanhar a situação deve ser a União Africana e considerou que a participação de África no G20, de que já é membro, exige uma “profunda adequação organizacional”.
No caso da apresentação de candidatura da Angola para a presidência rotativa da União Africana, em 2025, confirmou o apoio de Cabo Verde.
“Apoiamos e vemos com bons olhos, Angola é uma grande potência em África e tem uma experiência positiva na busca da paz, podendo dar um contributo importante no processo de pacificação em África”, finalizou José Maria Neves à Radio France Internacional (RFI).
PC/AA
Inforpress/Fim
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