Cidade da Praia, 11 Set (Inforpress) - O Presidente da República, José Maria Neves, pediu hoje maior aposta na prevenção, resiliência e na sustentabilidade no centro do desenvolvimento local, 30 dias após a tempestade Erin, que causou maior impacto em São Vicente.
Numa mensagem endereçada ao presidente do conselho directivo da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV), Fábio Vieira, o chefe de Estado disse que as perdas humanas e materiais “impõem uma reflexão séria e consequente” e apontou à ANMCV um “papel insubstituível” na articulação entre poder local, central e parceiros internacionais.
Transmitiu ainda solidariedade às famílias e comunidades afectadas, elogiou a reacção imediata da ANMCV e destacou a cadeia de solidariedade nacional e internacional desencadeada após a tragédia.
Apesar disso, José Maria Neves advertiu para a urgência de colocar a prevenção no centro da acção pública, apelando a medidas que salvem vidas, protejam bens e fortaleçam a confiança dos cidadãos.
Sobre alterações climáticas, lembrou que fenómenos extremos tendem a ser mais frequentes e intensos, reforçando a necessidade de adaptação e mitigação, com recurso a políticas integradas e sustentáveis.
José Maria Neves lamentou ainda a inexistência ou caducidade de Planos Directores Municipais em vários concelhos, defendendo que são “a bússola do desenvolvimento territorial” e que desvios devem ser “sancionados com firmeza”.
O Presidente da República concluiu, apelando à responsabilidade colectiva para transformar a adversidade em oportunidade e honrar as vítimas, construindo um país “mais seguro, justo e preparado”.
As cheias de 11 de Agosto na ilha de São Vicente inundaram bairros, destruíram estradas, pontes e estabelecimentos comerciais, afectaram o abastecimento de energia e provocaram nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas.
O Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e actividades económicas, através de linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência.
DV/SR//ZS
Inforpress/Fim
Partilhar