Presidente da República apela ao diálogo e serenidade em Moçambique após crise pós-eleitoral

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Presidente da República apela ao diálogo e serenidade em Moçambique após crise pós-eleitoral
21/11/24 - 06:01 pm

Cidade da Praia, 21 Nov (Inforpress) - O Presidente da República, José Maria Neves, expressou hoje a sua preocupação face à crescente tensão em Moçambique, onde a crise pós-eleitoral tem gerado manifestações diárias, principalmente na capital Maputo.

José Maria Neves, que falava em uma conferência de imprensa, apelou à contenção e à serenidade de todos os intervenientes, sublinhando a importância do diálogo entre as principais forças políticas do país para encontrar uma solução pacífica para a actual crise.

Na sua intervenção, o Presidente da República sublinhou que a situação em Moçambique está “muito tensa”, há uma crise pós-eleitoral que resulta de não reconhecimento dos resultados por parte de alguns candidatos e que tem havido algumas manifestações, resultando em várias mortes e quase 200 presos, e também 800 feridos entre a população civil e as forças de segurança.

O líder do país manifestou ainda uma atenção particular à comunidade cabo-verdiana em Moçambique, destacando que tem acompanhado com “muita atenção” a comunidade, e que até o momento tem permanecido “tranquila” e não tem sido directamente afectada pela crise.

“Conversei com alguns líderes das associações cabo-verdianas e a situação é estável. Apelo para que mantenham a serenidade, a não se envolverem nas manifestações mais violentas e respeitarem as instituições e as recomendações das autoridades”, disse.

Questionado sobre as causas da crise, José Maria Neves explicou que os conflitos residem na não aceitação dos resultados eleitorais publicados.

“Até o momento os casos já se encontram nos tribunais, esperamos que os tribunais possam esclarecer as dúvidas e que se encontre uma solução que garanta a paz e a estabilidade neste momento pós-eleitoral”, acrescentou.

Sobre o impacto que esta crise poderá ter em outros países africanos, o presidente sublinhou que as situações pós-eleitorais em Moçambique, bem como em outras nações do continente, devem servir de alerta para a necessidade de garantir a integridade dos processos eleitorais.

“É essencial que tenhamos eleições justas e transparentes, que respeitem as regras do jogo, e que as instituições democráticas sejam fortalecidas para garantir a aceitação dos resultados e a estabilidade política”, concluiu.

O chefe de Estado reiterou que continuará a acompanhar a situação de perto e a manter comunicação constante com a comunidade cabo-verdiana em Moçambique, para garantir a sua segurança e bem-estar.

A crise pós eleitoral em Moçambique caraterizada por uma onda de protestos violentos, teve origem depois que Venâncio Mondlane contestou a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de Outubro pela CNE.

JBR/ZS

Inforpress/Fim

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