PR empenhado na promoção da literacia oceânica e ligação do povo cabo-verdiano com o mar (c/áudio)

Cidade da Praia, 28 Ago (Inforpress) - O Presidente da República, José Maria Neves, manifestou-se hoje empenhado na promoção da literacia oceânica e fortalecimento da ligação do povo cabo-verdiano com o mar, através da sua actuação como Patrono da Aliança da Década do Oceano.

José Maria Neves manifestou essa intenção durante uma entrevista à Inforpress a propósito do evento "MarAzul: Jornadas do Oceano", sob a sua égide enquanto Patrono da Aliança da Década do Oceano que decorrerá nos dias 29 e 30 de Agosto sob o lema “Década do Oceano: Conhecer, Viver, Sentir, Consciencializar e Proteger”.

A iniciativa insere-se como um pré-evento preparatório para a IV Conferência da Década do Oceano, que acontecerá na ilha do Fogo, nos dias 10 e 11 de Outubro, e visa sensibilizar a população para a necessidade de conhecer e proteger os oceanos.

Segundo o mais Alto Magistrado da Nação, há cada vez mais organizações, cidadãos, preocupados com esta matéria, tomando como exemplo, trabalhos da sociedade civil nesse sentido, designadamente das ONG, o Projecto Vitó realizado nas Ilhas Rambo, parte da reserva natural integral dos Ilhéus do Rombo.

A par disso, acrescentou ainda, o trabalho da Biosfera nas ilhas de São Vicente e Boa Vista, particularmente, do Terra e Mar, em Santo Antão, protegendo as tartarugas, cuidando da limpeza das orlas marítimas e toda a área costeira, bem como os barcos de investigação que têm vindo a Cabo Verde.

“Estivemos no Oceanex, perto de Monte Trigo, em Santo Antão, onde estavam a fazer toda a pesquisa e nós mergulhamos até 150 metros de profundidade para ver toda a riqueza marítima", referiu. 

"Estivemos também na Baía do Inferno e Monte Angra, onde com o barco METEOR de Guiomar, pudemos ver todo o trabalho de investigação que estão a fazer no fundo do mar aqui em Cabo Verde para conhecermos melhor as riquezas e as potencialidades existentes”, ilustrou.

Neste contexto, salientou, por outro lado, a adesão “cada vez mais” dos cidadãos, escolas, universidades e investigadores a essa problemática. 

“Posso dizer que em Cabo Verde, neste momento, há um grande movimento relativamente a essa questão dos oceanos”, comentou, observando a necessidade de continuar a proteger os recursos marinhos para que se possa fazer uma gestão sustentável dos nossos mares.

“O nosso atum é muito apreciado no mundo. A lagosta também e outros peixes, e o nosso mar para além da temperatura, é um mar limpo, que não é poluído. E temos que continuar a proteger os nossos mares contra a poluição”, aludiu.

Nesta base, disse que desde que assumiu a presidência tem insistido na necessidade do planeamento urbano, numa política de solos, de habitação para responder às demandas das pessoas, mas também numa lei de responsabilidade territorial para responsabilizar aqueles que tomam decisões e que cometem determinados crimes ambientais.

“E tenho também insistido na necessidade do planeamento, do ordenamento de toda a nossa zona costeira. Temos de fazer o planeamento e o ordenamento de todo o nosso território marítimo. São questões essenciais para o futuro”, enfatizou.

Está programada para este sábado, uma marcha denominada “Caminhada Azul” até à Praia de São Francisco, com uma série de actividades práticas e participativas, incluindo acção de limpeza e observação do litoral, jogos ecológicos e actividades náuticas para um melhor conhecimento dos nossos mares.

SC/ZS

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