Lisboa, 22 Mar (Inforpress) – A exposição “Divas da música cabo-verdiana: de ontem, de hoje e sempre” foi inaugurada “com grande entusiasmo” por António Firmino, que quis homenagear as figuras femininas que moldaram e continuam a moldar o cenário musical de Cabo Verde.
A inauguração da exposição do artista cabo-verdiano, natural de São Vicente e a viver em Portugal, aconteceu na noite desta quinta-feira, 21, no Centro Cultural Cabo Verde (CCCV), em Lisboa, enquadrada na programação de “Março, mês da Mulher”.
Em declarações à Inforpress, António Firmino explicou que o tema principal da exposição “é uma reverência às divas da música cabo-verdiana ao longo dos tempos”, desde figuras lendárias como Ana Procópio, uma das primeiras cantadeiras improvisadas da geração do Eugénio Tavares, e Maria Bárbara, até às mais contemporâneas, porque a exposição pretende “reviver as suas contribuições através de pinturas e relatos detalhados”.
“E a minha intenção é trazer à memória dos visitantes a esta exposição figuras da música, cantoras, cantadeiras, intérpretes que, ao longo dos anos, desde os anos 1880 do século XIX, vêm divulgando a nossa música”, esclareceu.
António Firmino ressaltou a importância de figuras reconhecidas, mas também procurou destacar aquelas menos conhecidas, mas igualmente influentes, como Ofélia Ramos, cujo papel fundamental na promoção da música cabo-verdiana em São Vicente e no Senegal é “muitas vezes negligenciado”.
“Podemos dizer que se trata de uma homenagem à mulher cabo-verdiana, mas eu, desde sempre homenageei as mulheres nas minhas telas. Só que, desta vez, são mulheres, vozes femininas, que cantam e divulgam a nossa música. Presto especialmente a homenagem à mulher que canta a morna, a coladeira e o batuque, como aqui aparece também numa das telas a figura da Inácia Gomi”, indicou.
Além de homenagear as “divas” de Cabo Verde, a exposição também apresenta uma secção dedicada a outras cantoras, de diversas nacionalidades, que interpretaram e promoveram a música cabo-verdiana, como Valéria Carvalho, Ana Moura e Marisa, destacando a influência global e a universalidade da música cabo-verdiana.
O artista expressou o seu desejo de que a exposição tenha um impacto cultural significativo, acreditando que a divulgação cultural é essencial para preservar e promover a rica herança musical do país.
Com isso, espera que a exposição, não apenas eduque e inspire os visitantes, mas também atraia interesse turístico, destacando a importância da música cabo-verdiana no cenário global.
Entretanto, comparando esta série na exposição com a colecção “Postais Musicais de Cabo Verde”, iniciado em 2002 e contando já com cerca de 700 postais musicais, disse que “não há diferença, porque o propósito é o mesmo”, ou seja, divulgar as figuras da música.
A inauguração da exposição “As divas da música cabo-verdiana: de ontem, de hoje e sempre” teve actuações musicais de artistas presentes.
DR/HF
Inforpress/Fim
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