Cidade da Praia, 26 Nov (Inforpress) – A Polícia Judiciária (PJ) iniciou hoje, na Praia, uma formação especializada em forense digital e análise criminal, com o objectivo de capacitar as autoridades na investigação de crimes cibernéticos e na recolha de provas digitais.
Em declarações aos jornalistas, o director da Polícia Judiciária, Manuel Livramento, disse que a formação visa dotar os participantes de ferramentas e conhecimentos especializados para lidarem com as complexidades dos crimes cibernéticos e garantirem a eficácia na obtenção de provas digitais, que, muitas vezes, são voláteis e difíceis de preservar.
"O crime cibernético não tem fronteiras, é um fenómeno global que pode ser cometido por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, e cujos impactos são devastadores", afirmou.
O responsável destacou ainda que Cabo Verde já tem enfrentado uma série de ataques informáticos, incluindo burlas digitais e crimes relacionados com pornografia infantil, temas que, infelizmente, fazem parte da realidade cabo-verdiana.
"É importante termos em consideração que o crime cibernético é cada vez mais sofisticado, pois os criminosos têm mais capacidades financeiras e são muito mais organizados do que nós", acrescentou o director.
Manuel Livramento sublinhou que, para combater esses crimes, Cabo Verde não só precisa de capacitação interna, mas também de uma forte articulação internacional, através da cooperação com organismos e países parceiros.
"Cabo Verde sozinho não consegue, o orçamento do Estado é muito reduzido para investir fortemente na Polícia Judiciária", disse.
O director da PJ também abordou a necessidade de investimentos contínuos na formação e no reforço das capacidades institucionais.
Segundo a mesma fonte, a tecnologia está a evoluir rapidamente e os criminosos acompanham essa evolução. Cabo Verde, inserido no contexto global e no corredor do Atlântico, enfrenta desafios, como o tráfico de drogas e armas, aproveitando-se da sua localização estratégica.
Para combater esses crimes, é fundamental que as autoridades cabo-verdianas também se capacitem e adquiram meios tecnológicos avançados, para enfrentar organizações criminosas cada vez mais preparadas.
Participaram na formação 26 investigadores da Polícia Judiciária e do Ministério Público, com a presença de formadores da Polícia de Roterdão, Países Baixos, que possuem vasta experiência teórica e prática nesta área, bem como especialistas de Cabo Verde.
Esta formação é promovida pela Polícia Judiciária de Cabo Verde, em parceria com o Ministério da Justiça, o Ministério Público, a ONUDC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) e a Embaixada dos Estados Unidos da América.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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