Cidade da Praia, 20 Ago (Inforpress) - O presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac) considerou hoje que a perda de monopólio da empresa foi um teste à capacidade de adaptação através de estratégias eficazes e capacidade de inovação.
João Pedro Spencer fez essas considerações em conferência de imprensa para apresentar os resultados da gestão financeira da Emprofac, referentes ao exercício económico de 2023.
A empresa farmacêutica com 45 anos de história, perde o monopólio no mercado de medicamentos com a entrada de uma nova distribuidora a grosso que opera uma rede de 21 farmácias, a Sodifar.
Estribado na liderança da Emprofac no sector farmacêutico de Cabo Verde, a mesma fonte disse não estar preocupado com a concorrência, esclarecendo que a mudança de estratégia da empresa tem a ver com a abertura do mercado que aconteceu em 2005/2006, tendo a Emprofac, mantido o monopólio historicamente, de facto, até finais de 2022, quando apareceu o novo operador, neste caso de distribuição a grosso no mercado de medicamentos.
“Sabíamos como era a realidade do mercado, como iríamos enfrentar, e mesmo quando apresentamos o nosso plano de negócio ao Governo em 2021, já prevíamos um conjunto de medidas estratégicas para fazer face à concorrência. A nossa adaptação, no fundo, veio da nossa planificação ‘ab initio’”, esclareceu, acrescentando que a partir do momento que a entidade reguladora concedeu a licença a essa operadora, a Emprofac limitou-se a colocar na prática a sua estratégia do ponto de vista comercial.
“Do ponto de vista estratégico, já vínhamos preparando esse caminho para reposicionar a empresa, basicamente para a mudança da cultura organizacional e aproveitar algumas inovações tecnológicas que surgiram recentemente, na área da logística, e particularmente na área da logística farmacêutica, uma área que está em permanente mudança”, precisou.
“Nós limitamos a acompanhar essa mudança que tem havido no sector. Não dependemos de nenhuma concorrência para tomar as nossas medidas estratégicas”, sintetizou o presidente do conselho de administração (PCA) da Emprofac.
Aquele responsável garantiu, por outro lado, que a empresa não está a braços com rotura de stock, explicando que a situação de escassez de medicamentos não é um problema exclusivo da Emprofac, mas uma dificuldade geral, a nível europeu.
“Cabo Verde depende, na sua essência, para abastecimento do mercado local do mercado europeu, em especial do mercado português, por questões linguísticas e históricas”, disse.
João Spencer conclui explicando que a legislação prevê um conjunto de requisitos, que qualquer empresa ou cabo-verdiano que preencha determinadas condições, nomeadamente de boas práticas de distribuição a grosso, neste caso, pode candidatar-se a uma licença junto da entidade reguladora da Saúde.
SC/CP
Inforpress/Fim
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